Foz do Iguaçu O Paraná contabilizou até o dia 31 de agosto 24.462 casos confirmados de dengue, número 30 vezes maior em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 803 casos. Segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 23.557 vítimas são autóctones, ou seja, adquiriram a doença no próprio estado. O quadro preocupa as autoridades sanitárias, porque, se cuidados não forem tomados, a doença, que já provocou a morte de sete pessoas em 2007, pode bater novos recordes em 2008.
Os números paranaenses contribuíram para a escalada da dengue no Brasil neste ano. Os registros da doença aumentaram 45% no país nos primeiros sete meses de 2007, totalizando 438.949 casos suspeitos. O Paraná está entre os três estados com maior incidência, atrás apenas de Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Até agosto, foram 45.258 notificações nos municípios paranaenses, ou seja, 24.462 casos confirmados e outros 20.796 descartados ou em investigação.
Em todo estado, 144 dos 399 municípios tiveram casos de dengue neste ano. Maringá é a líder, com 5.267 casos, mas a incidência maior da doença é no município de Doutor Camargo (8.071 casos para cada 100 mil habitantes). Na cidade o total de infectados é 455.
Para discutir novas estratégias de ação e evitar que o quadro volte a se repetir em 2008, representantes das 22 regionais de saúde do estado se reuniram ontem em Maringá. A coordenadora da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, Márcia Aldenucci, diz que estão sendo discutidas questões estratégicas para reforçar o combate à doença. Ela informa que o período atual é de relativa tranqüilidade porque o número de casos vem caindo. No entanto, é necessário que a população se prepare para o verão, época em que ocorrem chuvas e os criadouros se proliferam. "É necessário que cada um desenvolva o hábito de controle na sua área de circulação", diz.
O presidente do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems), Antônio Carlos Nardi, que é secretário de Saúde de Maringá, explica que as ações de combate à dengue devem ser constantes e ininterruptas para dar resultado. "A situação deste ano mostra que o estado está tendo facilidade maior de proliferação e o mosquito vem encontrando mais resistência ao veneno", explica. Segundo ele, os municípios paranaenses mantêm rotinas para evitar a dengue, incluindo visitas domiciliares e vistorias em ferros-velhos e borracharias, apesar das dificuldades de caixa. Um dos exemplos é Maringá, onde os recursos vindos do governo federal não cobrem 50% dos gastos em vigilância de saúde.
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