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Ocupação no bairro da Fazendinha, em Curitiba | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Ocupação no bairro da Fazendinha, em Curitiba| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Termina hoje o prazo de cinco dias concedido pela juíza Júlia Maria Tesseroli, da 19ª Vara Cível de Curitiba, para que as 1,5 mil famílias que ocupam um terreno de 170 mil metros quadrados no bairro da Fazendinha desde o dia 6 deste mês saiam do local voluntariamente. Durante a semana passada, oficiais de Justiça estiveram no local e cadastraram 452 famílias, para as quais entregaram o pedido de desocupação. De acordo com a Justiça, caso a decisão judicial não seja obedecida, será expedido mandado de reintegração de posse em favor da Varuna Empreendimentos Imobiliários, empresa que afirma ser dona da área.

A expectativa da vara é que o mandado de reintegração de posse seja devidamente cumprido somente daqui a 40 ou 50 dias, quando seria deferido pelo governo do estado o pedido de reforço policial. Enquanto isso, os advogados Carlos Marques e Valmir Leal Griten, que afirmam serem os representantes oficiais de cerca de 800 das 1,5 mil famílias, prometem tentar reverter a decisão. "Ainda hoje (ontem) vamos entrar com medida na 19ª Vara para tentar sensibilizar a juíza. Acreditamos que os documentos da Varuna são passíveis de revisão, já que outras empresas também afirmam ter a posse do terreno", explica Marques.

As famílias agora também têm o apoio da União Nacional pela Moradia Popular. "No fim de semana eles me ligaram para que o nosso grupo os ajudasse a se organizar e se mobilizar, além de dar outras orientações, principalmente ambientais e sociais, para que eles garantir a sua estada no local", afirma a coordenadora do movimento no Paraná, Maria da Graça Silva de Souza. Apesar de ter declarado anteriormente que a ocupação deveria estar relacionada a interesses políticos, após visitar a área ela afirma que as famílias "realmente têm necessidade de moradia e não têm condições de pagar aluguel."

Orientadas por Maria da Graça, as famílias elegeram 15 líderes para coordenar o movimento e as negociações. "Mesmo com todas as ameaças que estão nos fazendo, vamos lutar de todas as maneiras para garantir essa terra porque queremos uma moradia digna", comenta uma das líderes, que preferiu não se identificar. Outro representante, que também não quis ter seu nome revelado, garante que todos os cuidados estão sendo tomados para que não haja mais agressão ambiental no terreno.

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