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Fazenda Solidariedade: prefeitura alega que distância dificultava visitas de familiares | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Fazenda Solidariedade: prefeitura alega que distância dificultava visitas de familiares| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Fundação de Ação Social (FAS), da prefeitura de Curitiba, encerrou as atividades no Centro de Atendimento Fazenda da Soli­­dariedade, no município de Cam­­po Magro, na região metropolitana, que prestava atendimento a dependentes químicos e moradores de rua. As justificativas são o custo de manutenção da fazenda e o fato de a unidade ficar em outro município. Segundo a FAS, cerca de 30 internos foram encaminhados para duas entidades de assistência social de Curi­tiba que mantêm convênio com a Fundação. Outros 20 teriam voltado para suas famílias.

Com a mudança, a partir de agora os internos não terão mais acesso a diversas atividades que eram desenvolvidas na fazenda de 42 alqueires, como lavoura, marcenaria, suinocultura, panificação e fitoterapia, já que ficarão em entidades que funcionam em Curitiba. A diretora de Proteção Social Especial da FAS, Cláudia Foltran, não soube precisar os gastos mensais com a Fazenda Solidariedade, nem o que será feito na área, que pertence à FAS. Atualmente há uma usina de reciclagem de lixo no local, que é administrada pelo Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC). Segundo a assessoria do IPCC, a usina não deverá ser desativada.

Os internos da Fazenda Soli­­dariedade foram transferidos para duas entidades de Curitiba: o Recanto Tarumã e o Recanto Feliz. O Recanto Tarumã atende 98 pessoas, 14 das quais estavam em tratamento na fazenda. A entidade oferece serviços de lavanderia, farmácia e enfermagem, além de atividades como terapia ocupacional, musicoterapia, sala de jogos e hortas. Já o proprietário do Recanto Feliz, Antônio Gonçalves, disse não dispor de espaço para ofertar tantas atividades ocupacionais. "Temos fisioterapeuta e nutricionistas, mas a casa não é muito grande. São feitas atividades com eles, tem brincadeiras e jogos." Gonçalves não soube precisar quantos internos vieram da Fazenda Soli­dariedade e disse que atualmente há 13 idosos no local.

Apesar de as entidades localizadas em Curitiba não possuírem a estrutura que era ofertada na Fazenda Solidariedade, na avaliação de Cláudia Foltran, diretora de Proteção Social Es­­pecial da FAS, o atendimento será melhor. "Essa passagem dos usuários vai trazer benefícios, porque há uma aproximação. Grande parte dos atendidos é de Curitiba, era até difícil o acesso das famílias. "Estávamos prestando atendimento em outro município e tem a questão do investimento, que era muito alto. Além disso, não favorecíamos o desenvolvimento da nossa rede. Fizemos essa mudança até para privilegiar entidades que nos apoiam."

A vereadora Renata Bueno (PPS) ficou sabendo do fim das atividades na Fazenda Solidariedade por meio de moradores da região. Ela encaminhou um pedido de in­­formações à prefeitura, mas até a semana passada não tinha obtido resposta. "É uma entidade que há mais de 20 anos prestava um bom trabalho social", disse. O pedido de informações foi aprovado pela Câmara no dia 11 deste mês, mas 15 dias depois, prazo regimental para a prefeitura encaminhar as explicações, não havia sido respondido. A vereadora questiona o motivo que levou a FAS e fechar a fazenda, para onde serão levados alcoólicos e usuários de drogas sem vínculo familiar e o que será feito no local.

Doações

O Recanto do Tarumã e o Recanto Feliz aceitam doações para ajudar no trabalho das entidades. Segundo o coordenador de mar­keting do Recanto Tarumã, Da­­niel Seleme, podem ser encaminhados desde alimentos a materiais de escritório. "Tam­bém man­­­­temos uma creche. Ma­­te­­riais de limpeza, higiene, móveis usados e peças de informática são bem-vindos, já que temos um bazar de usados", afirma. As doações podem ser feitas na Rua Konrad Adenauer, 576, no bairro Tarumã. O telefone é 3266-3813. Já quem quiser fazer doações para o Recanto Feliz pode ligar no horário comercial para o telefone 3226-5320.

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