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Pacote prioriza sistema de "Ligeirão"

O projeto de mobilidade apresentado ao governo federal prevê a readequação das canaletas para ampliar o uso de linhas do tipo "Ligeirão". O sistema vai demandar adequação de pistas, reforma e construção de novos terminais, a fim de alcançar uma extensão de 27,7 km com 52 estações para o modal e uma capacidade de 460 mil passageiros por dia.

Já o projeto do 3.º Anel Viário corresponde à requalificação de vias em pista única na periferia urbana em um circuito de 61,3 km que deve beneficiar linhas Interbairros III, Interbairros IV e alimentador Santa Cândida-Santa Felicidade, reduzindo o fluxo na área central. O investimento é de R$ 208,7 milhões.

Para a conclusão da Linha Verde, a prefeitura apresentou um projeto que prevê canaletas exclusivas de ônibus expresso para o Trecho Norte – entre o viaduto do Tarumã e o bairro Atuba, e o Trecho CIC-Sul – entre a rua Isaac Ferreira da Cruz e o Contorno Sul de Curitiba. A intervenção está calculada em R$ 321,3 milhões.

A proposta que demanda mais recursos do pacote com ações voltadas à mobilidade urbana apresentado nessa semana pela Prefeitura de Curitiba ao Ministério do Planejamento é a única que ainda não conta com a elaboração de um projeto executivo. Orçada em R$ 950 milhões, a implantação do Veículo Leve sobre Pneus (VLP) foi idealizada pelo arquiteto e urbanista e ex-governador do Paraná Jaime Lerner, e poderá ter uma extensão de mais de 30 quilômetros sobre o traçado ferroviário já disponível. O restante das intervenções pleiteadas já possui projeto básico, que, junto ao VLP, envolve R$ 5,3 bilhões.

INFOGRÁFICO: Veja o projeto do Veículo Leve sobre Pneus (VLP)

Ontem, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) afirmou que caso haja sinalização favorável do governo federal, o projeto básico do VLP será encaminhado a Brasília em até dois meses. Ele explicou que profissionais do escritório de arquitetura de Lerner estão à frente da proposta, com o intuito de ajudar a administração a encontrar uma alternativa para o transporte na cidade. O projeto seria apresentado em agosto, mas a ideia foi antecipada devido às discussões públicas envolvendo a mobilidade urbana no país. "Desde que tomei posse, ele [Jaime Lerner] se colocou à disposição para o diálogo. É um defensor do BRT [sistema de ônibus em vias exclusivas]", comentou o prefeito.

A proposta, conforme Fruet, não demandará desapropriações ou perdas em relação à linha ferroviária nem esbarra em objeções junto à América Latina Logística (ALL).

Funcionamento

O VLP deve ser elétrico, sem fiação suspensa, e fazer, na primeira fase, a ligação entre o bairro Cachoeira e o centro de Curitiba (Trecho Norte/Ligação Metropolitana Norte). A fase final contempla a ligação do trajeto que vai do Centro de Curitiba à Avenida Marechal Floriano Peixoto. Cada fase deve integrar um projeto com orçamentos distintos – R$ 450 milhões e R$ 500 milhões, respectivamente. Com as duas etapas prontas, o VLP terá uma capacidade de transporte de 260 mil pessoas por dia útil.

Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), há a possibilidade de o projeto executivo ser doado pelo escritório de Lerner. "Nunca me recusei a prestar colaboração a prefeitos que me procuraram. Gosto da ideia que a equipe está desenvolvendo", disse Lerner ontem. Para o ex-governador, o VLP se apresenta como uma grande solução para gargalos da mobilidade urbana, independente do metrô. "Essa é uma alternativa mais ampla, atende melhor a cidade", definiu.

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