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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do PovoA

A Associação dos Praças do Paraná (Apra-PR) denunciou, nesta quarta-feira (6), que o transporte de presos detidos em unidades do sistema penitenciário localizadas na região de Curitiba vem sendo escoltado de forma irregular. Segundo a entidade, os policiais militares estão sendo levados no mesmo camburão que carrega os detentos. No entanto, de acordo com a norma padrão, os PMs deveriam fazer um acompanhamento tático deste furgão, seguindo-o de perto em uma viatura da corporação.

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Ao longo da última semana, a Apra-PR recebeu mais de uma dezena de denúncias de policiais militares que participaram de escoltas de forma irregular. Em geral, elas ocorreram quando detentos do complexo penal de Piraquara precisavam ser levados para audiências judiciais em Curitiba ou levados ao Complexo Médico Penal, em Pinhais.

“Isso é uma lástima para a segurança pública e um risco para os policiais e para a sociedade. Se houver uma tentativa de arrebatamento, como o policial vai evitar?”, questionou o presidente da Apra-PR, Orélio Fontana Neto.

Alguns policiais chegaram a registrar o fato, com fotos feitas em celulares. As imagens mostram os PMs embarcando no camburão da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp). Segundo as denúncias da Apra-PR, detentos foram levados no mesmo veículo. A associação diz ainda que escoltas têm sido feitas com um número insuficiente de militares. “Tivemos um caso em que um único policial teve que fazer a escolta de dez presos, de uma só vez”, apontou.

As críticas quanto à escolta irregular de presos não se restringem à PM. Historicamente, sindicatos denunciam que o problema também afeta a Polícia Civil, onde investigadores são desviados de função, para fazer a escolta de pessoas detidas em delegacias. Em 2013, o superintendente da delegacia de Campo Largo, Marcos Gogola, foi morto quando levava um preso ao dentista. Um grupo armado tentou libertar o detido e abriu fogo contra o policial.

Outro lado

O Batalhão de Polícia de Guarda (BPGD), responsável pelas escoltas, reconheceu, por meio de nota, que há limitações na realização dos transportes de presos. Segundo o texto, encaminhado pela assessoria de imprensa da PM, o problema ocorre “em face de problemas afetos à manutenção da frota e proximidade das escoltas”.

Segundo o batalhão, em escoltas “mais próximas e de menor risco”, os PMs integram a equipe do Depen, mas antes são feitas avaliações das condições destas escoltas e quem serão os escoltados.

“ Uma parte das escoltas continua sendo feita por viaturas da PM acompanhando a viatura do Departamento Penitenciário. O BPGD informa ainda que estão sendo encetados esforços no sentido de regularizar a disponibilidade da frota da unidade para que a situação de normalidade seja restabelecida”, completa a nota.

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