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Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos recebeu a visita de promotores do Ministério Público | Aniele Nascimento / Arquivo / Agencia de Notícias Gazeta do Povo
Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos recebeu a visita de promotores do Ministério Público| Foto: Aniele Nascimento / Arquivo / Agencia de Notícias Gazeta do Povo

Superlotação, oito detentos dividindo apenas uma cama nas celas e um cheiro de mofo muito forte. Estas foram algumas das condições encontradas por promotores do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que visitaram na tarde desta sexta-feira (21) as carceragens da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Curitiba.

O MP, por meio por meio da Promotoria da Corregedoria dos Presídios e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais, do Júri e de Execuções Penais, pretende realizar um levantamento da situação dos presos que estão detidos em delegacias de Curitiba e região metropolitana (RMC). Apenas na capital, são 448 pessoas presas nos distritos

Na delegacia vistoriada nesta quarta, estão abrigados quatro vezes mais detentos do que a capacidade do local. São 124 presos em um espaço para 30. "Eles estão empilhados em cubículos. A estrutura não é adequada para a manutenção dessas pessoas", relata a promotora de Justiça Maria Espéria Costa Moura. A DFRV conta com 18 presos que já estão condenados e deveriam ser removidos para o sistema penitenciário.

Reclamações

De acordo com a promotora, além das condições inadequadas de higiene, os detentos reclamam bastante do tempo curto que possuem (cerca de 20 minutos por dia) para poder se mexer no corredor da cadeia, já que dentro das celas o espaço é apertado. "Uma pessoa mantida nessa condições fica revoltada e, quando sai da prisão, pode cometer delitos ainda mais graves", opina.

A falta de estrutura incentiva e favorece as fugas nas delegacias. Na DFRV, segundo o Ministério Público, 12 presos conseguiram escapar em um motim organizado no dia 11 de março. Exatamente um mês antes, em 11 de fevereiro, 25 presos já haviam fugido do local depois de serrarem as grades e fugirem pela janela que dá acesso ao pátio da delegacia. Endereço impróprio

Para Maria Espéria, o endereço da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, no bairro Vila Izabel, é inapropriado. "O distrito fica próximo a vários bairros e isso oferece um risco e um temor à sociedade. A delegacia não é compatível com uma área como esta", diz. Segundo a promotora, a construção de outro Centro de Triagem poderia ajudar a esvaziar as delgacias da capital.

Soluções

As visitas do Ministério Público às delegacias têm o objetivo de levantar informações sobre os presos e sobre os locais em que estão detidos. Os relatórios elaborados serão repassados para representantes do governo estadual. "Esta situação que encontramos não tem uma solução fácil. Nossa missão é sugerir idéias para as autoridades que tem o poder para solucionar estes problemas", afirma Maria Espéria.

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