• Carregando...
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Tarifas altas - Deputados ouvem explicações

A Comissão Especial de Investigação da Assembléia Legislativa do Paraná que analisa os preços das tarifas de pedágio praticadas no estado se reúne hoje para ouvir as explicações das concessionárias. Quem representará as empresas é o diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto. Esse deverá ser o último depoimento tomado pelos deputados. Depois disso, eles deverão preparar o relatório final sobre o tema.

Os valores propostos pela espanhola OHL para as concessões federais são muito mais baixos do que os preços cobrados atualmente nas rodovias do chamado Anel de Integração, que liga as principais regiões paranaenses. Com isso, levantou-se a suspeita de que os valores em vigor no Paraná seriam altos demais. Chiminazzo diz que a comparação é simplista e afirma que os contratos são diferentes. Hoje, ele tentará convencer os deputados sobre o seu posicionamento.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou os números das propostas apresentadas pelas empresas que concorreram ao leilão de lotes de rodovias no mês passado. Os números revelados começam a ser motivo de polêmicas e contestações, principalmente pelas empresas que perderam o os lotes vencidos pela espanhola OHL. As acusações são de que a empresa vencedora teria superestimado números. Com isso ela, a princípio, conseguiria de forma artificial baixar os preços das tarifas dos pedágios. Porém, depois, alegando correção nos números apresentados por ela mesma, requisitaria aumentos de tarifas.

A informações está na edição desta terça-feira (06/11) da Gazeta do Povo. A reportagem mostra que os concorrentes da espanhola OHL fazem uma bateria de acusações contra a empresa.

De acordo com as regras do processo de concessão, o site da ANTT divulgou todas as informações relativas aos envelopes das empresas que ganharam as concessões. A OHL levou cinco dos sete lotes em disputa. Entre eles, estão os três trechos que têm relação direta com o Paraná: a BR-116, entre Curitiba e São Paulo; a BR-116, entre Curitiba e Santa Catarina; e a BR-376, no trecho que liga o Paraná a Santa Catarina.

O volume de tráfego previsto pela empresa espanhola para os trechos em que ela foi vencedora chega a apresentar 162% de diferença em relação aos dados oficiais. "Eles estão colocando o tráfego muito acima de todos os estudos da ANTT", afirma Danilo Pitta, diretor da catarinense Iguatemi – empresa que participou do consórcio PR/SC, um dos derrotados.

Dentre os trechos que cortam o Paraná, o que apresenta diferença mais significativa é o da BR-376. Segundo a ANTT, o volume de tráfego para 2008 nas cinco praças de pedágio que serão instaladas soma 31,2 milhões de veículos. A OHL, em sua proposta, afirma que pelos mesmos trechos – e no mesmo período – passarão 65,8 milhões: diferença de 110%. O número de veículos na rodovia ano a ano também é maior no estudo da empresa. Em 2032, último dos 25 anos de contrato, a diferença entre a previsão oficial e a da OHL chega a 162%.

Sem obras

Uma das empresas derrotadas pela OHL diz que a suspeita é de que a empresa espanhola tenha apresentado preços baixos demais – por isso teria conseguido ganhar os cinco trechos que disputou. Segundo as empresas, os valores são impraticáveis e não permitiriam que a OHL fizesse todas as obras previstas no contrato com o governo federal. Para disfarçar o problema, a espanhola teria usado um número de carros pagantes muito maior do que o real, aumentando de maneira fictícia a arrecadação possível nos trechos.

"Ou isso é um erro muito grave ou é uma estratégia", comenta o diretor de uma empresa derrotada no leilão e que pediu para não ser identificado. "Não acredito em um erro desse tipo. E ninguém tem estratégia de rasgar dinheiro." A verdadeira estratégia seria conseguir o contrato com um preço baixo. E depois, quando um novo governo assumir e o contrato se mostrar inviável, ir ao Ministério dos Transportes e pedir o reequilíbrio econômico-financeiro do acordo, conseguindo assim aumentos no pedágio cobrado.

O Consórcio PR/SC já adianta que vai entrar com um recurso para tentar anular a vitória da OHL. Ontem, as empresas pertencentes ao consórcio colocaram mais de dez engenheiros para analisar as informações disponibilizadas pela ANTT. A reportagem procurou ontem a representação brasileira da OHL. A assessoria de imprensa da companhia, no entanto, diz que nenhum funcionário ou diretor irá se pronunciar até que todos os possíveis recursos sobre o tema sejam julgados.

Leia a reportagem completa no site da versão impressa da Gazeta do Povo, ou pela Gazeta do Povo Digital, conteúdo exclusivo para assinantes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]