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Segundo o estudo do Inmet, válido para os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, o “sobreaviso” de chuvas intensas é válido para todo o Paraná. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Segundo o estudo do Inmet, válido para os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, o “sobreaviso” de chuvas intensas é válido para todo o Paraná.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

A chegada da primavera – que começou às 5h20 desta quarta-feira (23) – traz junto um alerta: a estação deve ser de bastante calor e chuva acima da média em toda região Sul do país. Previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do governo federal, mostra que os volumes de precipitação no Paraná podem ficar até 100 milímetros (mm) maiores do que o considerado normal para o período, dando margem para a configuração em maior grau de tempestades, deslizamentos e inundações – já velhos conhecidos daqui.

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Segundo o estudo do Inmet, válido para os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, o “sobreaviso” de chuvas intensas é válido para todo o Paraná, mas deve ser trabalhado com ainda mais cautela por municípios da parte Sul, na divisa com Santa Catarina, do Litoral Norte, e da região Oeste do estado. Entram nesse bloco lugares com histórico recente de destruições causadas por fenômenos climáticos, como Foz do Iguaçu e União da Vitória, que, em junho ano passado, teve 40% da cidade afetada pelas cheias do Rio Iguaçu.

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Mas os altos índices de chuva esperados para a estação têm uma justificativa. Configurado desde junho no Oceano Pacífico, é o fenômeno El Niño o responsável por essa previsão, que deixa em atenção também os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O fenômeno, que pode atingir seu ápice em dezembro, é caracterizado pelo aquecimento anormal do oceano pacífico equatorial, que provoca mudanças na circulação da atmosfera. No Brasil, os impactos mais comuns são as secas no Norte e Leste da Amazônia e no Nordeste, e chuvas e inundações na região Sul.

Segundo o meteorologista Cezar Duquia, do Simepar, a tendência é de que o El Niño atinja um grau elevado, podendo se aproximar da intensidade registrada em 1997 – uma das atuações mais violentas do fenômeno no Brasil.

“Isso acende uma luz vermelha, porque ele [fenômeno] tende a ser um dos mais fortes. Mas, nenhum El Niño é igual ao outro, então, não quer dizer que vão acontecer de novo todos aqueles transtornos de 1997”, esclarece o meteorologista.

Conforme Duquia, o acompanhamento da evolução do fenômeno é realizado por toda a rede de meteorologia brasileira, mas com informações repassadas por órgãos internacionais, uma vez que nem o Brasil e nem qualquer outro país da América do Sul possuem satélites capazes de controlar o desenvolvimento do El Niño.

Alerta exige revisão de planos de contingência

O alerta de chuvas intensas para a primavera emitido pelo Simepar nesta terça-feira (22) já ecoou no departamento de Defesa Civil do Paraná. O capitão Eduardo Gomes Pinheiro, da coordenadoria do órgão, disse que, a partir desta informação, os municípios do estado deverão ser orientados a revisar os planos de contingências criados por suas respectivas administrações.

“Os planos representam quase que uma fotografia, que serve para uma dinâmica de planejamento e de proteção da defesa civil. Isso exige, por exemplo, que sejam novamente checadas quais são as áreas sujeitas a inundações e quem são as pessoas que vivem nestas áreas”, explica o capitão. Ele ressalta, no entanto, que estes planos – existentes nos 399 municípios paranaenses – são estratégias que dependem da intensidade dos fenômenos climáticos. “A previsões podem representar alterações de última hora. Então, quando pensamos em eventos relacionados ao excesso de chuvas, pensamos em planos voltados para ações que evitem consequência ou amenizem os efeitos caso eles venham a se concretizar”.

De acordo com o meteorologista Cezar Duquia, do Simepar, previsões que possibilitam inferir a dimensão próxima do real de ocorrências como tempestades só podem ser feitas em “curtíssimo prazo”, que significa, no máximo, 24 horas antes da chegada do fenômeno.

“Para isso, a gente lança mão de outra grade, outro tipo de equipamento que não o que a gente usa para fazer a previsão de um período maior ou da semana. Tem alguns índices que indicam se vai ser mais ou menos intensa a chuva, mas com eles não é possível ter ideia do volume dessa chuva”, ressalta o meteorologista.

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