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Escola católica afirmou estar investigando o caso. Imagem ilustrativa
Escola católica não se pronunciou sobre a questão. Imagem ilustrativa| Foto: Pexel

Uma professora de História de uma escola católica tem sido criticada pelos pais depois de afirmar que Jesus Cristo seria de esquerda e de ligar o conservadorismo à intolerância. O episódio ocorreu em 16 de junho no Centro Educacional Católica, ligado à Universidade Católica de Brasília.

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Por causa da pandemia, a escola adotou um modelo híbrido, em que os estudantes se alternam entre aulas presenciais e remotas, por vídeo. A reportagem teve acesso às imagens da aula. O tema é o nazifascismo. Durante 35 minutos, diante de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, a professora comete imprecisões históricas e afirma ser “de esquerda” e “feminista”.

Na aula, a professora afirma que o nazismo e o fascismo foram resultado do medo das elites, que não queriam “dividir tudo entre todos”. “A classe média e a alta classe, eles não vão querer dar tudo o que têm, dar todo o dinheiro que têm, dividir tudo entre todos. Então se tinha muito medo do comunismo na época. E é por isso que esses regimes vão ganhar força - o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha”, disse ela.

Ela também iguala a esquerda à busca por direitos e pela liberdade. “Obviamente que os esquerdistas vão ser perseguidos, porque é um partido de extrema-direita. Então, todo mundo que é esquerdista, que luta pelos direitos, pelo social, pela liberdade, pela igualdade, serão perseguidos”, afirmou.

Apesar do tema da aula, a professora também faz comentários a respeito da relação entre religião e política, e afirma que Jesus Cristo seria de esquerda por apoiar “o social”. “Se Cristo nascesse hoje e vivesse entre nós, ele com certeza seria de esquerda não de direita. Porque o movimento esquerdista luta pelo social, luta pela igualdade. Tanto que defende todas as formas de famílias constituídas. E o movimento de direita, o conservadorismo de direita, a família para eles é pai, mãe e filho”, afirmou a professora.

Durante a aula, a professora fez ainda digressões sobre a diferença entre esquerda e direita e fala sobre a própria família.“Eu tenho uma prima que é lésbica, casou com uma menina. Para o meu pai e a minha mãe, ela é doente, ela tem que ir para igreja para ser curada. Isto é ser conservador”.

Ela também encontrou tempo para tratar de política brasileira contemporânea. “Você já ouviu aquela expressão, Deus acima de todos? Já ouviram? Essa expressão é uma expressão fascista, tá?”, afirmou, fazendo referência parcial ao lema eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Queixas de pais da escola católica

O caso motivou queixas de pais de alunos. Um deles afirma que, apesar do nome, o colégio não adota princípios católicos na prática. “No meu ponto de vista, é uma escola que não se preocupa com a formação católica dos seus funcionários. Seria muito melhor retirar o nome de católica e focar só na questão da qualidade de ensino”, diz ele, que prefere não se identificar.

À Gazeta do Povo, a escola informou apenas que a direção "está apurando as informações necessárias para esclarecer as circunstâncias" e que "está em contato direto com todas as partes envolvidas".

O Centro Educacional Católica de Brasília é vinculado à Universidade Católica de Brasília - que, por sua vez, é gerenciado pela União Brasileira de Educação Católica (UBEC), entidade formada por seis diferentes organizações católicas, formalmente reconhecidas pela Igreja Católica.

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