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Hospital atende a outras cidades que integram a 3ª regional de saúde. | Fabio Mataveli/Diário dos Campos/Arquivo
Hospital atende a outras cidades que integram a 3ª regional de saúde.| Foto: Fabio Mataveli/Diário dos Campos/Arquivo

Enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos do Hospital Evangélico de Ponta Grossa decidiram suspender o atendimento para pacientes das demais cidades que integram a 3ª Regional de Saúde em assembleia na noite de segunda-feira (20). Eles reivindicam melhorias na estrutura do hospital. Além de Ponta Grossa, a instituição atende gestantes de risco intermediário de Castro, Carambeí, Piraí do Sul, Arapoti, Sengés, Jaguariaíva, Ipiranga, Ivaí, Palmeira, Porto Amazonas e São João do Triunfo.

Até a tarde desta terça-feira (21), a 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa não havia sido informada oficialmente da paralisação. “O atendimento não pode parar, existe um contrato, o hospital precisa cumprir”, diz a diretora da regional, Scheila Mainardes. No fim da tarde, ela se reuniu com a administração do hospital, que negou a suspensão dos atendimentos e disse que o contrato com a Secretaria Estadual de Saúde não será comprometido. No entanto, um funcionário do Evangélico confirmou que nenhum paciente de outra cidade havia sido atendido na segunda-feira (20).

Na semana passada, a direção do corpo clínico entregou à administração do hospital uma lista com 18 pedidos. Entre eles estavam a implantação de um plantão pediátrico 24 horas e presencial, manutenção da farmácia em funcionamento por 24 horas, informatização de prontuários e prescrições, mínimo de dois médicos de plantão por 24 horas e, se mantido o fluxo de 300 nascimentos por mês, uma sala de recuperação pós-cirúrgica e equipamentos para a neonatologia. O Hospital Evangélico é uma instituição filantrópica e integra a rede Mãe Paranaense, do governo do estado, desde 2011, com contrato válido até setembro deste ano. Segundo Scheila, a presidência do Evangélico se mostrou disposta a implantar as melhorias solicitadas e renovar o contrato.

O diretor clínico do hospital, Adilberto Souza Raymundo, informou que na segunda-feira (20) três plantonistas pediram afastamento da escala de plantão. “Antes de tudo, nós temos que ter uma diminuição de fluxo, e fazer com que o hospital seja de referência, que possa prestar um serviço bom para a comunidade. Nós não temos estrutura, temos um fluxo enorme, um único médico [de plantão], então não temos condições de dar um bom atendimento”, diz. Atualmente, 17 profissionais, entre anestesiologistas, neonatologistas e plantonistas, atendem a instituição.

Segundo a subseção de Ponta Grossa do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PR), o ideal seria que um profissional da enfermagem atendesse, em média, até nove pacientes. Mas atualmente, em algumas situações, eles ficam responsáveis por 24 pessoas.

Crise

A crise no Hospital Evangélico começou há cerca de duas semanas. No início do mês, a Câmara de Vereadores de Ponta Grossa criou a Comissão Especial de Investigação (CEI) das Maternidades, presidida pelo vereador Pietro Arnaud (PTB), para investigar o atendimento nos hospitais. A formação da CEI foi motivada por casos de complicações em partos ocorridos no Hospital Evangélico nos últimos meses, que tiveram grande repercussão na cidade e ocasionados, de acordo com as pacientes, pela demora no atendimento.

No dia 14 de julho, o diretor do corpo clínico prestou depoimento à CEI das Maternidades e expôs os problemas estruturais do hospital. Na próxima quinta-feira (23), a comissão deve ouvir o presidente do Evangélico, Carlos Madureira. Ele foi procurado pela reportagem mas não retornou as ligações.

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