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Material apreendido com acusados de atividades neonazistas no Paraná: grupo prega revisionismo histórico | Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo
Material apreendido com acusados de atividades neonazistas no Paraná: grupo prega revisionismo histórico| Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo

Em defesa dos "arianos"

Um defensor dos ideais do nacional-socialismo aceitou falar por e-mail com a reportagem para explicar o pensamento do grupo. A Gazeta do Povo deixa claro que não apoia os pontos de vista expressados, mas considera importante que a população saiba o que pensam os neonazistas.

Veja os principais da entrevista

É preciso desmascarar versões fantasiosas dos fatos históricos

O historiador Dennison de Oliveira, da UFPR, diz que o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra é um fato inegável.

Veja os principais trechos da entrevista

Acusado de mandar matar casal em festa neonazista sai da cadeia

O economista Ricardo Barollo, 34 anos, deixou a carceragem do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) na última sexta-feira. Acusado de ter mandado matar o casal Bernardo Dayrell, 24 anos, e Renata Waeschter Ferreira, 21 anos, quando eles saíam de uma festa neonazista, Barollo foi beneficiado por uma decisão unânime da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Os desembargadores acataram o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado de Barollo, Adriano Sérgio Nunes Bretas.

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Curitiba e Brasília - O deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) é autor de um projeto de lei que criminaliza a negação do holocausto. O texto sugere multa e prisão de um a três anos para quem defender publicamente a tese de que não houve o genocídio de judeus pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Itagiba diz que a proposta aproxima o Brasil de outras nações importantes que possuem legislações desse gênero – como Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Polônia, Espanha, Portugal, Itália e França. "O assassinato do casal no Paraná e o desmantelamento de grupos neonazistas no Rio Grande do Sul mostram que vivemos um excelente momento para a aprovação do projeto", afirma o parlamentar.

O PL 987/07 ainda depende de análise de três comissões permanentes antes de ser levado a plenário. O texto foi apensado a uma série de outros projetos que tratam da criminalização de atitudes racistas contra outras minorias, como homossexuais.

Itagiba disse que está coletando assinaturas de colegas para que a proposta possa tramitar em regime de urgência. A pena estabelecida no PL é a mesma prevista na Lei 7.716/89 para quem fabrica, comercializa, distribui ou veicula símbolos ou propaganda que utilizem a suástica para divulgação do nazismo.

Revisionismo

O revisionismo do holocausto é parte importante da ideologia dos neonazistas. Para eles, a ideia de que houve uma política de extermínio foi criada depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para incriminar os nazistas e criar um clima que possibilitasse a volta dos judeus à Terra Santa, com a criação do Estado de Israel.

Os revisionistas afirmam que a ditadura nacional-socialista da Alemanha (1933-1945) não tinha um plano para matar judeus. A ditadura de Hitler (1889-1945), segundo eles, pretendia remover os judeus para outros territórios – daí a construção de campos de concentração, como o de Auschwitz, na Polônia. Segundo os revisionistas, apesar de todas as provas históricas em contrário, os campos não seriam de extermínio. As pilhas de corpos encontradas pelas forças aliadas ao término da guerra seriam resultado de doenças, como o tifo, e da falta de comida decorrente de problemas de abastecimento.

Apesar de negarem a chamada "solução final" (o extermínio dos judeus), os adeptos do revisionismo não negam o viés racista do regime hitlerista, que defendia a "superioridade da raça ariana".

Racismo

Um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2001, considerou a tese do revisionismo como racista. O STF manteve a condenação do escritor e editor gaúcho Siegfried Ellwanger Castan, autor do livro Holocausto: Judeu ou Alemão?. A pena foi convertida em serviços comunitários, mas a Editora Revisão, que pertencia a Castan, foi fechada.

A Gazeta do Povo entrou em contato com um adepto do nacional-socialismo que mora no interior paulista, para falar sobre os principais aspectos da ideologia. Ele pediu para não ser identificado por motivos de segurança. Já o historiador Dennison de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, afirma que o genocídio de judeus na Segunda Guerra Mundial é incontestável.

Confira a entrevista com o historiador Dennison de Oliveira

Confira a entrevista com um adepto do nacional-socialismo

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