Uma quadrilha especializada em roubar e revender veículos em Curitiba e região metropolitana contava com uma sofisticada rede de falsificação, que produzia não só documentos "frios" de ótima qualidade, como também chegava a expedir carteiras de habilitação falsas. O homem apontado como o responsável pelas falsificações, Rafael de Oliveira Miguel, 24, foi apresentado nesta quarta-feira (24) pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Com ele, foram encontrados dezenas de documentos frios entre RGs, carteiras de habilitação, CPFs e registro de veículos , placas de carros e até carimbos de cartórios.
"Este braço do grupo atuava como um Detran clandestino, providenciando documentos para os veículos que eram roubados na capital e região metropolitana", explicou o delegado Silvan Rodney Pereira.
De acordo com delegado Vinícius Martins, a quadrilha se subdividia em três grupos: um responsável por roubar os carros, outra divisão que adulterava o chassi e os vidros dos veículos, e o chamado "Detran clandestino". Assim que um "cliente" fazia um pedido, Miguel acessava, pela internet, o sistema do Departamento de Trânsito (Detran) e procurava por automóveis com as características similares às solicitadas. A partir de então, o grupo responsável pelos roubos ia às ruas e localizava um carro de acordo com o pedido. Com o veículo roubado, a adulteração era feita e a documentação era providenciada por Miguel.
"O acusado articulava os roubos e as falsificações de modo que fosse necessário adulterar apenas alguns dígitos na numeração do chassi dos veículos. A falsificação era de ótima qualidade e passava facilmente por qualquer blitz", apontou Martins.
Em depoimento, Miguel confessou que providenciou a falsificação de quatro veículos roubados, mas, em função da quantidade de documentos encontrados na casa dele, a polícia acredita que o número seja bem maior. Na residência, havia ainda duas placas frias, o que indica que outros carros seriam roubados pelo grupo. Um Peugeot 307 e uma moto Honda BC 300R foram recuperados.
Estelionato e prisão
De acordo com a polícia, além da atuar na quadrilha de roubos de carros, Miguel possuía seis identidades falsificadas e também produzia documentos falsos a terceiros. Foram encontrados vários CPFs, RGs e carteiras de habilitação falsificadas em nome de outras pessoas, que também devem ser investigadas. O acusado mantinha materiais que seriam usados nas fraudes, inclusive, uma bobina da Sanepar, que ele empregava na fabricação de comprovantes de residência frios. O esquema contava ainda com carimbos de cartórios da capital, por meio dos quais Miguel conseguia autenticações e reconhecimentos de firma falsos.
Miguel foi preso na terça-feira (23), pela equipe do superintendente Hélcio Piasseta e do chefe de investigações Fioravante Peruchon. Eles estava a bordo do Peugeot roubado. "Ampliamos as investigações depois do roubo de um Honda Civic, ocorrido nesta semana", explicou Piasseta.
A polícia pretende dar continuidade ao trabalho para localizar e prender os integrantes da quadrilha responsáveis por cometer os roubos e por efetuar a adulterações nos chassis e vidros. Miguel foi indiciado por estelionato, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.
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