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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Depoimento - Comerciante relata os momentos de desespero

O comerciante Claudinei Lasini, 29 anos, que mantém uma lanchonete em frente do silo desmoronado em Paranaguá, disse que passou por momentos de desespero ontem, ao lado da esposa e de duas funcionárias. "Nós estávamos dentro da lanchonete e, de repente, veio aquele estrondo. Depois subiu uma nuvem de poeira de uns cinco metros de altura e cobriu tudo. Foi um sufoco, parecia até cena do 11 de setembro nos Estados Unidos", disse ele.

Lasini contou que um topógrafo que estava na área monitorando o silo com um teodolito (instrumento usado para medir ângulos verticais e horizontais) saiu correndo quando viu os grãos de milho saindo pelas rachaduras. "Quando ele correu, saímos atrás. Foi tudo muito rápido e o silo foi ao chão", disse ele. (CO)

Paranaguá – A queda de um silo de 42 metros de altura e capacidade para depósito de 15 mil toneladas, ocorrida na manhã de ontem, provocou correria na zona portuária de Paranaguá, no litoral do estado. O risco de desabamento iminente foi confirmado no início da manhã, quando a área da Companhia Brasileira de Logística (CBL) foi desocupada. Às 8h48, a construção ruiu. Agora, há dúvidas sobre a integridade da estrutura de um outro silo da CBL, com 45 metros de altura e capacidade para 20 mil toneladas de grãos, construído a cerca de cinco metros de distância da construção que desabou.

O acidente está atrasando as operações logísticas de embarque e desembarque no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, em função da interdição da Avenida Portuária, a TCP não está realizando a pesagem dos contêineres que estão sendo descarregados na empresa, porque o portão onde está localizada a balança está na área de interdição. A TCP faz o embarque e desembarque de contêineres em 500 caminhões, em média, por dia.

Segundo a empresa, a exportação dos contêineres também foi afetada. Fiscais da Receita Federal que ocupavam uma área no prédio deixaram o local na manhã de ontem, temerosos de que o segundo silo possa cair. Sem a vistoria da Receita Federal, os contêineres não podem ser embarcados.

O advogado da TCP, Eduardo Marques Ferreira, disse ontem que funcionários da empresa estão apreensivos com a situação. O desmoronamento de ontem provocou o deslocamento de pastilhas na entrada do prédio da empresa e "todos temem que o segundo silo possa cair, pois parece que ele já tem uma inclinação para o lado do nosso prédio", afirmou Ferreira.

Ele informou que o engenheiro da empresa deverá realizar hoje uma inspeção no prédio para avaliar se houve alguma alteração na estrutura do prédio. De acordo com o advogado, um relatório foi encaminhado para a diretoria da empresa, que poderá ajuizar uma ação solicitando o embargo do segundo silo. Ferreira revelou que há duas semanas, uma peça de uma roldana teria se soltado no silo em fase final de construção e atingido a janela da gerência de informática da TCP.

Perigo

O segundo silo que ameaça desabar deveria entrar em operação nos próximos dias. Ele foi construído com o mesmo material utilizado na construção desmoronada e teve o projeto executado pela Construtora Vasconcelos, de Canoas (RS). Na sexta-feira, após ser alertado sobre as rachaduras que apareceram no primeiro silo, o engenheiro Alexandre Vasconcelos, proprietário da empresa, teria afirmado que "não havia riscos de desabamento".

No sábado, o engenheiro voltou a descartar a possibilidade de desmoronamento da construção e assinou uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), dando garantias para a entrada de funcionários da construtora e membros da Defesa Civil em túneis sob o silo em risco, para desprendimento das roldanas da esteira que haviam ficado presas com a pressão das 14,6 mil toneladas de milho. Vasconcelos é aguardado hoje em Paranaguá.

O chefe da Defesa Civil no litoral, major Edemílson de Barros, quer que a CBL entregue um laudo garantindo a integridade do segundo silo, já que ele mesmo não está seguro sobre a construção. "Temos que analisar os dados técnicos, mas visualmente parece que este segundo silo também já apresenta uma inclinação", disse Barros.

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