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Secretário de Saúde da Bahia criticou afrouxamento do isolamento social
Secretário de Saúde da Bahia criticou afrouxamento do isolamento social| Foto: Divulgação / Governo da Bahia

O secretário de Estado da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, declarou que as pessoas que são favoráveis ao relaxamento do isolamento social deveriam abrir mão de leitos em UTIs e dos respiradores. Após a afirmação, o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) publicou nota de repúdio em que critica "a sugestão de segregar o atendimento do SUS por motivo ideológico".

A afirmação de Vilas-Boas foi feita por meio das redes sociais no domingo (19), data que manifestantes foram às ruas em muitas cidades para pedir a retomada das atividades econômicas e a intervenção militar no Brasil.

“Em meio à fase mais crítica da pandemia na BA, será que essas pessoas que pregam o relaxamento do distanciamento social aceitam assinar um termo renunciando o acesso a leitos de UTI e ventilação mecânica para si, para seus pais e seus filhos???”, disse o secretário no Twitter.

Reprodução / Twitter
Reprodução / Twitter

A Bahia é governada por Rui Costa, do PT, partido de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Ele defende o afrouxamento das medidas de distanciamento social.

Reação do Cremeb

Três dias após o polêmico tweet, o Cremeb se manifestou por meio de nota de repúdio e destacou que o Brasil é uma país democrático, que cada cidadão é livre para se expressar, desde que não ofenda ninguém, e que existem pensamentos diferentes em relação à pandemia. O conselho destacou ainda que as declarações afrontam a Constituição e a dignidade da pessoa humana. Confira a nota na íntegra:

"O Conselho Regional de Medicida do Estado da Bahia (Cremeb) vem a público para repudiar as declarações do Secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas Boas, sugerindo a renúncia aos meios de tratamento à Covid-19 para quem apoia o relaxamento do isolamento social durante a pandemia do SARS-CoV-2.

O Brasil vive o Estado Democrático de Direito no qual é garantido ao cidadão expor as suas ideias livremente, desde que não resulte em ofensa pessoal ou coletiva. Não tem sido diferente no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus causador da Covid-19. Assim existem diversas correntes, algumas equidistantes, no tocante à melhor condução neste momento de dúvidas, incertezas e medo.

É garantido ao cidadão, ou grupo de cidadãos, reivindicar o direito ao trabalho e o retorno gradual ao cotidiano, nem que por isso esteja indo de encontro às orientações das autoridades sanitárias.

A sugestão de renúncia aos tratamentos reconhecidos pela comunidade científica, como veiculado amplamente nos últimos dias, apenas por discordar da orientação dominante, constitui-se em grave agressão aos direitos individuais e coletivos insculpidos na Constituição Federal, por criar uma ambiência de pânico na população, ser ato intimidatório, coercitivo e típico de estados totalitários, além de ser comportamento reprovável especialmente se a autoridade for um médico, que em tese está ameaçando os baianos que pensam de forma diferente a condenação à mistanásia, ou a morte sem acesso aos serviços de saúde disponíveis.

A dignidade da pessoa humana não pode conviver pacificamente com sugestões que desqualificam os sujeitos que merecem toda a atenção do Estado brasileiro, que vilipendiam os concidadãos, que tratam com escárnio quem deveria ser protegido e que banaliza as condições de desigualdade social. Como por exemplo, induzir as pessoas a abandonarem as cidades em busca de segurança no campo.

Assim, conclamamos as autoridades a serem resilientes com as fragilidades da população baiana."

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