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Manu Chao: sotaque franco-espanhol na folia nordestina. | Reuters/Stringer
Manu Chao: sotaque franco-espanhol na folia nordestina.| Foto: Reuters/Stringer

Pelo nono ano consecutivo, o percussionista Naná Vasconcelos assume a batuta, a partir das 19 horas de hoje, na Praça do Marco Zero, e comanda o show de abertura do carnaval do Recife, que desta vez contará com 600 batuqueiros de 14 nações de maracatu de baque virado. O convidado especial da noite é Caetano Veloso.

Depois da abertura, os foliões poderão curtir show com o Maestro Forró e Orquestra da Bomba do Hemetério, Coral Edgar Moraes, Miúcha e Claudionor Germano. Pelos 16 polos de folia espalhados pela cidade – oito no centro e oito em bairros da periferia – se apresentarão 320 artistas, entre eles Maria Rita, Pitty, Leci Brandão, Jorge Mautner, Oto, Nação Zumbi e Manu Chao.

Os shows, de graça, são apenas uma das atrações do carnaval recifense e pernambucano, que se orgulha de fazer um carnaval multicultural e um carnaval de rua que é "o maior do mundo", conforme divulga a propaganda oficial. Desde a semana passada, troças, bois, maracatus de baque virado, maracatus de baque solto, ensaios de escolas de samba e muito frevo dominam o Recife e a vizinha Olinda e se espalham por outros municípios da região metropolitana e interior.

A Secretaria de Turismo do estado estima receber 750 mil visitantes no período da semana pré-carnavalesca até a Quarta-Feira de Cinzas. Para curtir o carnaval é necessário apenas entrar no clima da brincadeira, sair atrás de uma troça, com ou sem fantasia. Com um diferencial: em Pernambuco tudo tem história. Frevo, por exemplo, não é simplesmente frevo. Tem o frevo de rua – instrumental – que leva o passista a se esbaldar em uma dança frenética, mas também tem o frevo de bloco – que canta o lirismo dos carnavais de antigamente – e tem ainda o frevo-canção, cujas letras sintonizam mais com relatos da vida e mudanças sociais. Cada um com suas características, todos de tirar o chapéu.

Os maracatus confundem até quem é da terra. Maracatus de baque virado, ou maracatu nação, remontam da primeira metade do século 19, são ligados ao candomblé, retratam as coroações dos reis do Congo. Seu ritmo é dançante, seu batuque forte. O maracatu de baque solto, também chamado maracatu rural, nasceu nos engenhos de cana-de-açúcar da zona da mata pernambucana, adota algumas figuras do maracatu nação, mas tem outro ritmo e movimento. Os instrumentos utilizados diferem e o seu grande destaque é o caboclo de lança, com sua lança de cerca de dois metros, seu chapéu de fitas coloridas, sua gola bordada de lantejoulas, flor na boca e os chocalhos carregados nas costas, fazendo um som característico ao andar.

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