Controvérsia
Mesmo antes das provas, exame já enfrenta ações civis públicas
A correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) centro de controvérsias nas edições passadas já enfrentou três ações civis públicas só neste ano. As ações propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Ceará e pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro pedem, além do acesso à correção, direito a recurso para mudar a nota o que é vetado pelo edital do Enem, assim como ocorre em outros vestibulares. Desde 2012, o espelho da prova de redação pode ser acessado pela internet. Nele estão as notas de cada uma das cinco competências e o acesso tem caráter pedagógico. Em dois processos, o governo conseguiu tutela antecipada e, em outro, uma liminar contrária ao Enem foi cassada em segunda instância. Desde 2009, foram 13 ações civis públicas contra o exame. O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Claudio Costa, diz que houve grande avanço nesse ponto da prova. Costa cita a mudança no edital para anular redações com deboche, como a que trazia uma receita de macarrão instantâneo, aumento do tempo de treinamento da equipe e novos critérios para corretores. Agora, os textos seguem para a terceira correção caso haja diferença maior que 100 pontos nas duas primeiras leituras antes, eram 200 (em escala de mil).
13 horas é o horário de fechamento dos portões dos locais de prova. Hoje, é dia das provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, com 45 questões objetivas cada uma. Os candidatos terão 4h30 para a resolução. Não esqueça de levar um documento de identidade com foto, o cartão de confirmação de inscrição e caneta de tinta preta para preencher o gabarito. Em caso de furto do documento, será aceito boletim de ocorrência emitido, no máximo, 90 dias antes do dia do exame.
Gabarito
No sábado e no domingo, logo após o fim das provas do Enem 2013, a equipe da Gazeta do Povo e professores dos colégios Acesso, Bom Jesus, Dom Bosco e Expoente estarão a postos para corrigir e comentar as questões do exame. Acompanhe a resolução em tempo real e o gabarito extraoficial em www.gazetadopovo.com.br/vida-universidade.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reforçou ontem que o candidato que postar fotos ou mensagens em redes sociais no local de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será eliminado. Uma equipe do ministério vai monitorar redes como o Twitter e o Facebook. "No ano passado, identificamos usuários em questão de minutos", disse Mercadante. O Enem será aplicado hoje e amanhã a mais de 7,1 milhões de candidatos em 1.161 cidades em todo o país. As informações são da Agência Brasil.
No exame de 2012, 65 candidatos foram eliminados por postarem imagens na internet, como caderno de provas e do cartão de resposta. Segundo o ministro, foram identificados inclusive aqueles que usavam pseudônimos.
O candidato receberá no local de prova um envelope com lacre para guardar os pertences. Quem estiver com celular, deverá desligá-lo e colocá-lo no envelope, que ficará embaixo da carteira durante toda a prova. "Seremos cuidadosos e rigorosos, não vamos aceitar em hipótese nenhuma a utilização de celular nas salas de aula. Quem tentar seguramente será identificado e prejudicado", disse o ministro.
Além do celular, não é permitido uso de lápis, caneta de material não transparente, lapiseira, borracha, livros, manuais, impressos, anotações e dispositivos eletrônicos.
A segurança é uma das preocupações do Ministério da Educação (MEC). Neste ano, as provas deixaram a gráfica de segurança máxima em malotes com lacre eletrônico e GPS, que permite acompanhar o deslocamento da prova e o horário em que os malotes serão abertos.
Depois de impressas, as provas foram guardadas em um galpão do Exército em São Paulo, e posteriormente, nesta semana, foram encaminhadas aos estados. De lá, serão levadas aos locais de prova. O MEC não informa a data ou a hora que ocorrerá o deslocamento. Todo o processo, explica Mercadante, tem o apoio das Forças Armadas, da Polícia Militar, da Polícia Federal, da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal.
O compromisso do MEC, segundo o ministro, é garantir que os candidatos façam a prova em condições iguais, que não haja vazamento de questões ou de respostas. Sobre o monitoramento das redes sociais, Mercadante disse: "Nosso trabalho aqui não é tão eficiente como o do Obama", referindo-se às denúncias de que o governo norte americano tem espionado outros países. "Mas é bom. E é uma razão republicana, de preservar o exame. Não queremos espionar a vida de ninguém. Só queremos que o exame seja feito nas mesmas condições por todos", reforçou.
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