FOZ DO IGUAÇU - Não há como não ficar estressado vivendo ao lado de um terminal de ônibus e em um espaço onde a rotina é inevitável. Por isso, quando uma comida diferente chega ou existe um estímulo para descobrir onde foi parar a refeição do dia, os animais do zoológico Bosque Guarani, em Foz do Iguaçu (PR), fazem a festa. Desde que os universitários de Ciências Biológicas da instituição Uniamérica descobriram um alto grau de irritabilidade nos animais do zoo, a vida por ali ganhou outro rumo. Para aliviar o calor do verão e desestressar, os macacos-prego recebem, desde o início do mês, picolés feitos de melancia e os quatis brincam de esconde-esconde, porque precisam achar a comida do dia em caixas surpresas ou sacos de estopas recheados com alimentos. As araras e papagaios ganharam varal de frutas para estimular o consumo saudável e o voo, que nem sempre acontecia. Já os cachorros-do-mato foram surpreendidos com ossos grandes que devem melhorar a qualidade dos dentes. O projeto foi chamado de enriquecimento ambiental.
Problemas
Os animais, que hoje estão divididos em 21 viveiros e dois lagos, respiram o ar poluído dos veículos que circulam pelo Terminal Urbano de Transporte, localizado há poucos passos do zoológico. A convivência com um meio pouco adequado rendeu a quatis e macacos um comportamento estressante. "Buscamos usar técnicas naturais e que tragam mais tempo para os animais participarem dela", comenta Flávia Brito, acadêmica que integra o projeto que envolve outros três estudantes.
Um dos exemplos mais claros está com os quatis, que na natureza passam 90% do tempo em busca de comida e, em cativeiro, a procura não dura mais de 10 minutos, resultando em horas de ócio sem qualquer atividade.
O resultado do trabalho feito em poucos dias, segundo Flávia, é visível. Os índices de movimentos repetitivos que são típicos de animais estressados baixaram significativamente após o projeto. "Fizemos um registro de ocorrências e percebemos que a repetição de movimentos antes chegava a 200 vezes em uma única hora. Hoje isso mudou", diz.
Entre as aves, o maior sinal de que algo não vai bem é quando elas começam a arrancar suas própria penas. Segundo o biólogo responsável pelo zoológico, Sidney de Oliveira, a automutilação também não aconteceu mais. Para ele, os voluntários deram vida nova ao lugar. "Nossa equipe é reduzida, mas, com os acadêmicos, o trabalho de ambientação pode ser aplicado e com bons resultados."
Outro intuito do projeto é promover a aproximação do público durante as atividades com os animais. O trabalho não é novidade no país. O próprio Bosque Guarani, com a chegada das altas temperaturas, instala chuveirinhos no recinto de alguns mamíferos e aves para aliviar o calor. A diversão dos bichos, com as mudanças, chama a atenção do público que visita o local nos finais de semana, quando a ambientação é feita. O projeto termina neste fim de ano e retorna em 2011.
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