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A próxima reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), marcada para quinta-feira, poderá pôr um ponto final na ocupação do prédio central da Reitoria, que completa hoje três semanas. Os estudantes sinalizaram ontem que podem sair do prédio caso tenham suas reivindicações atendidas. Eles pedem uma audiência pública para explicar à comunidade os objetivos do movimento e não querem ser punidos administrativa e juridicamente pela ocupação.

Tão logo as duas reivindicações sejam atendidas, os manifestantes prometem desocupar a Reitoria. Segundo o presidente da comissão de negociação paritária, Mauro Lacerda Santos, as propostas são "alcançáveis e racionais". Responsável por ouvir as reivindicações dos estudantes, Santos acredita que haverá um entendimento até o fim desta semana.

O objetivo inicial da ocupação era que a adesão da instituição ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) fosse decidida em um plebiscito. O plebiscito não ocorreu e a UFPR aderiu ao programa. Para o coordenador-geral de administração e finanças do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPR, Érico Massoli Ticianel, a aprovação do Reuni mostra que faltou força ao movimento de ocupação. "Se o movimento não tivesse se dividido e fosse feita a ação no momento certo, o objetivo seria alcançado. A ocupação não foi deliberada em nenhuma instância", afirma. Ele acredita que a invasão foi uma ação de um grupo que irá concorrer à diretoria do DCE nas eleições dos dias 12 e 13 de novembro.

Nos corredores da UFPR, o movimento divide opiniões. "Fico em dúvida se eles estão lá para representar os estudantes contra o Reuni ou se tem a ver com a eleição para o DCE", afirma a estudante de Letras, Mariana Bordignon. Para o estudante de Medicina, Fernando Faria, o movimento não representou os estudantes. "Acabou ficando só um grupo fechado."

Os estudantes rebatem que o objetivo principal foi lutar contra o Reuni e que existe um movimento nacional de ocupações de universidades. "A idéia é fazer o nosso projeto de UFPR e não vamos deixar de fazer o plebiscito. O movimento ganhou, muita gente participou dessa luta, que agora vai continuar de outras formas", afirma o estudante Bernardo Paim, 23 anos.

A reintegração de posse da Reitoria foi autorizada pelo juiz da 7.ª Vara Federal João Pedro Gebran Neto. "Minha decisão continua valendo e está em ação a multa de R$ 100 por dia de ocupação aos estudantes", afirma o juiz.

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