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Fruet cogita pedir prisão de dirigentes de sindicatos se greve for "combinada"

Prefeito da capital disse que é inaceitável ouvir os depoimentos sobre a forma como a greve está sendo conduzida por empregados e patrões, mas disse que a combinação precisa ser provada.

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Greve dos ônibus vira piada nas redes sociais

Nas redes sociais, o internauta não perde piada. O caos no transporte virou zoação.

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Urbs alerta para autorizações falsas no transporte alternativo

A Urbs alerta que alguns veículos que fazem o transporte alternativo nesta quarta estão circulando com autorizações falsas. Alguns ainda cobram um valor superior ao teto permitido, que é de R$ 6.

O usuário deve checar se a van, o ônibus ou o automóvel circula com uma placa com o carimbo da Urbs, preço máximo e descrição do trajeto que será feito. Os veículos legalmente autorizados para o transporte alternativo foram vistoriados e a documentação foi checada antes de saírem às ruas.

Sem ônibus, a Urbanização de Curitiba S.A. autoriza desde as 6h desta quarta-feira o cadastro de veículos particulares para que eles circulem transportando passageiros. Os interessados devem se dirigir à Rodoferroviária de Curitiba.

Às 16h10, a Urbs informou que a quantidade de vans já cadastradas para realizar o transporte alternativo chegava a 420, número que subiu consideravelmente desde o início da manhã. Até por volta do meio-dia, 170 veículos alternativos circulavam. Às 9 horas, o número era de 40, e às 7h30, 15.

A assessoria de imprensa informa que o órgão avalia a possibilidade de manter a circulação de veículos alternativos nesta quinta-feira (27) caso a greve se mantenha ou se o limite de 30% a 40% dos ônibus seja considerada insuficiente.

Conforme a Urbs, a indicação é de que os automóveis sigam itinerários semelhantes a linhas de ônibus da cidade. A empresa também disso que as vans e carros cadastrados, assim como táxis, têm direito de circular pelas canaletas exclusivas de ônibus durante a greve. Apesar de estes carros serem designados para atender a vários pontos da capital e da região metropolitana, até o início da tarde ainda não havia informações de quais as regiões que não contavam com o serviço. A Urbs disse que os veículos cadastrados nesta quarta têm registro válido até o fim da greve, sem necessidade de renovação.

Mesmo com a circulação das vans, o transporte é insuficiente para transportar os curitibanos. Na Praça Rui Barbosa, por exemplo, em meia hora, apenas dois veículos de transporte alternativo passaram pelo local. Além da pouca quantidade, a reclamação também é de que não existem pontos específicos para a parada destes carros.

O segurança Christopher Lee de Carvalho Rodio, de 21 anos, passou a noite toda em seu trabalho, na região central de Curitiba. Sem ter como voltar até sua casa, no bairro Xaxim, ele esperava por uma condução no terminal da Praça Rui Barbosa desde que encerrou o expediente, às 5h30. Neste período, passaram por ali apenas três conduções, mas nenhuma delas com o destino necessário para o segurança. "Falaram que 70% dos ônibus estariam circulando, mas até agora não vi nenhum passando por aqui. Se fosse na sexta-feira até dava para desconto", disse. Sem alternativa, ele teve que ligar para o avô, que dirige um caminhão de transporte de gás, para conseguir uma carona de volta pra casa.

Às 11h30 desta quarta-feira, a Urbs disse que estava levantando os principais pontos da região central onde é possível ter acesso às vans e aos carros cadastrados.

Além do aumento de carros e táxis em circulação, que gera congestionamentos em várias vias da cidade, também é visível a maior quantidade bicicletas nas ruas de Curitiba.

Uma audiência entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e região metropolitana (Sindimoc) e as empresas que realizam o transporte na capital e na Rede Integrada (RIT) pode pôr fim à greve que deixa 100% dos ônibus parados nesta quarta-feira (26). Segundo informações do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), a reunião começou por volta das 14 horas, na sede do tribunal, em Curitiba.

O órgão informou que a audiência foi marcada a pedido do Sindimoc, que pleiteia reajuste de salário de 16% para motoristas e 22% para cobradores, mais Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em entrevista ao telejornal PRTV 1ª edição, da RPCTV, nesta quarta-feira, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), disse que atender a esta reivindicação implicaria em aumentar a tarifa de ônibus R$ 2,70 para R$ 3,40.

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Segundo o TRT, no encontro também poderá ser pactuada – caso não haja um acordo salarial entre as partes – uma frota mínima que irá circular durante a greve. A proposta do Sindimoc é que, ao contrário da determinação da 18ª Vara do Trabalho de Curitiba, que pede 70% dos ônibus na ativa em horários de pico, circule 50% da frota nestes horários, que vão das 5h30 às 8h30, das 11h30 às 14 horas e das 17 horas às 19h30. Fora destes, a intenção do sindicato é de uma circulação de 30% dos ônibus.

Nesta manhã, representantes do Sindimoc preparavam documentação para a reunião de conciliação. O presidente do sindicato, Anderson Teixeira, confirmou que vai contestar a decisão da juíza da Vara do Trabalho de Curitiba, já que crê que ela não teria competência para julgar o assunto.

"Acreditamos que uma juíza de primeiro grau não tem competência para impor multas ao sindicato ou determinar o percentual de carros que deve circular. Ela poderia julgar o interdito proibitório. Também vamos contestar a questão referente à competência da Vara do Trabalho de Curitiba sobre o transporte em cidades da Região Metropolitana", disse ele.

Também pela manhã, o advogado do Sindimoc, Elias Mattar Assad, disse que espera que a reunião desta quarta resolva a disputa salarial da categoria. "É uma tentativa de negociação. Se houver sensibilidade deles (patrões), a greve acaba hoje. Os trabalhadores querem repôr as perdas salariais, atualizar o poder de compra, sem perder as conquistas que a classe já tem. Os valores serão negociados, não posso adiantar nada", completou.

Ainda conforme o TRT, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setransp) ajuizou pedido para elevação da multa para R$ 1 milhão por dia em caso de desobediência à ordem judicial que garante a circulação de frota mínima. O tribunal informou, no entanto, que o pedido ainda não foi julgado e continua valendo a multa estabelecida pela 18ª Vara do Trabalho, de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento da ordem.

Sobre a audiência, o Setransp informou à reportagem que já foi comunicada do encontro, e que não tem nada mais a declarar sobre a negociação.

Até as 12h30, a Urbs disse que ainda não tinha sido informada sobre a reunião. No entanto, na entrevista ao PRTV 1ª Edição, o prefeito informou que a empresa que gerencia o transporte da capital e a prefeitura iriam participar da conciliação no TRT. Fruet informou ainda que também pediu o aumento da multa por descumprimento da circulação de uma frota mínima para R$ 1 milhão.

Greve em Curitiba

A paralisação afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas que dependem do uso diário dos ônibus.

Reunidos nas garagens, motoristas e cobradores afirmam que não há linha alguma em circulação na cidade. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), além dos ônibus convencionais, também estão sem operar as linhas Turismo, Inter-Hospitais e Aeroporto - tanto a convencional (ligeirinho), como a linha executiva.

Para os grevistas, a orientação do sindicato da categoria (Sindimoc) é manter os braços cruzados indefinitivamente até que as empresas façam uma proposta que agrade aos trabalhadores. Algumas as garagens de coletivos tinham os portões bloqueados para impedir a saída. Na garagem do Parolin, onde ficam os veículos da Auto Viação São José, que opera 15 linhas da região metropolitana, um ônibus foi atravessado no portão e teve seus pneus esvaziados para impedir a remoção.

Apesar do ato, o clima é tranquilo nesses locais, sem maiores mobilizações.

O resultado da greve pôde ser percebido desde cedo: várias estações-tubo e pontos sem passageiros, nenhum veículo do transporte coletivo circulando na Rui Barbosa, no Terminal Guadalupe, na Avenida Getúlio Vargas, Rua Alferes Poli e outras vias importantes da capital. Por volta das 6h15, também não havia cobradores nos tubos Água Verde, Sete de Setembro e Alferes Poli e no Guadalupe - pelos quais a reportagem passou entre 6 e 6h30.

Defendendo-se de não ter criado antecipadamente um plano B para entrar em operação caso a greve fosse deflagrada, a Urbs disse, na tarde desta quarta, que não tomou atitudes precipitadas porque isso poderia pressupor que a empresa não confia na decisão da Justiça, que já havia decidido a obrigação da circulação de uma frota mínima na RIT.

Táxis

Desde a madrugada, as centrais telefônicas de táxi estão congestionadas. Às 11h30, a reportagem tentou entrar em contato com quatro empresas que prestam o serviço. Apenas em uma delas foi possível falar com a atendente. Quantos às outras, a ligação sequer completou.

A empresa que atendeu a reportagem informou que mantém toda a frota em circulação, o que equivale e 240 carros. A quantidade é insuficiente para atender a todos os pedidos, e não estão sendo estabelecidos horários para a busca dos clientes em suas casas. Segundo a empresa, a tendência é de que no horário do almoço aumente ainda mais demanda pelos táxis.

A situação de contato com as centrais telefônicas não mudou muito desde o início da manhã. No período, a reportagem tentou os mesmos contatos e também só conseguiu conversar com uma única central - a mesma do fim da manhã. Para conseguir falar com a telefonista foram necessários aproximadamente cinco minutos de espera.

De acordo com a empresa, por volta das 7h15, toda a frota estava circulando no período, e, apesar dos contatos, também não havia previsão de tempo para que as pessoas fossem buscadas em casa. Na mesma empresa, a fila de espera começou por volta das 5h30.

Para economizar e agilizar o transporte, uma alternativa para quem precisa chegar ao trabalho é dividir uma viagem de táxi com colegas e vizinhos. É o que fez a auxiliar de serviços gerais Lenir Batista, de 49 anos. Moradora do Sítio Cercado, ela e mais três amigas dividiram o valor de uma corrida até o centro, de onde elas seguiram a pé para seus locais de trabalho para economizar. "Agora vou a pé até perto do [Hospital] Evangélico para economizar um pouco porque não tenho dinheiro", declarou Lenir, que ficou no telefone para conseguir um táxi das 5h30 até as 7 horas.

Pouco antes das 7 horas, na região central, havia táxis em pelo menos dois pontos - nas praças Rui Barbosa e Tiradentes -, porém, não havia passageiros.

Posicionamento das empresas

Em nota oficial encaminhada por meio de sua assessoria de imprensa, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou que solicitou força policial para dissolver as barreiras criadas pelos grevistas, que impedem a entrada de pessoas e saídas dos ônibus das garagens. Segundo o órgão, as empresas estão desde a meia-noite com a frota pronta para operar.

O sindicato informou também que aguarda que a determinação da Justiça de manter parte da frota em circulação seja cumprida a fim de que a população trabalhadora e estudantil não seja prejudicada".

A entidade confirmou que os ônibus madrugueiros não puderam circular para transportar os motoristas e cobradores aos seus locais de trabalho, e que tentou, junto às autoridades e aos sindicatos dos trabalhadores, encontrar uma solução que evitasse a paralisação.

A nota não trouxe, contudo, nenhuma informação sobre possíveis acordos com o sindicato dos trabalhadores.

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