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As reuniões entre o governo e os representantes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, realizadas nesta quinta-feira (23), terminaram sem acordo. O Ministério do Planejamento manteve a proposta de 15,8% de reajuste, diluído até 2015, no ritmo de 5% ao ano. As duas categorias que integram a Receita Federal - auditores e analistas - também recusaram a proposta governamental.

Após a reunião, que durou mais de três horas, os policiais federais retornaram às bases nos 27 sindicatos estaduais que integram a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) para discutir uma alternativa. A consulta está sendo feita ainda nesta quinta por videoconferência pelo presidente da Fenapef, Marcos Wink, que está preocupado com os rumos do movimento. "O governo tem se mostrado muito intransigente e isso só acirra a temperatura nas bases", comentou Wink na saída da reunião.

A única concessão do governo foi admitir levar a proposta de reestruturação, defendida por agentes, peritos, escrivães e pessoal administrativo, para uma rodada de discussão com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ministro mandou um emissário, o assessor especial Marcelo Veiga, para a mesa de negociações, presidida pelo secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça.

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais no Paraná, Fernando Augusto Vicentine, entre as reivindicações da categoria estão a reestruturação salarial, o aumento do efetivo e a valorização de cargos.

Policiais Rodoviários Federais

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Pedro Cavalcanti, disse que foi oferecida uma "proposta diferenciada" durante a reunião com a categoria, mas não quis revelar detalhes. "Nos ofereceram uma proposta diferenciada do que tem sido oferecido às outras categorias. Mas, de maneira geral, é uma proposta que possivelmente vai ser recusada", disse aos jornalistas.

A assessoria de imprensa do Planejamento, contudo, negou a informação. Uma nova reunião com a categoria foi agendada para a próxima segunda-feira (27).

Os policiais rodoviários federais reivindicam reajuste salarial, exigência de nível superior para exercer o cargo, adicional noturno e de insalubridade e reestruturação da carreira. Dentre as exigências, Cavalcanti adiantou que o governo se "manifestou contrário" ao pagamento de adicionais.

Receita Federal

As duas categorias que integram a Receita Federal recusaram a proposta governamental, em consulta às bases e aprovaram a volta à greve. No caso dos auditores, que fizeram dois dias de greve, 99% dos 2,5 mil consultados aprovaram mais dois dias de paralisação - terça e quarta da próxima semana. Os analistas, que cruzaram novamente os braços nesta quinta, estavam em negociação com o Ministério do Planejamento até o início da noite, mas sem perspectiva de acordo.

Punição

Diante dos excessos praticados por policiais na greve, que já dura duas semanas em alguns estados, a presidente Dilma Rousseff exigiu punição exemplar dos manifestantes que tenham ultrapassado os limites da legalidade. Irritada com o que considera abusos, especialmente na Polícia Federal e mais ainda na Polícia Rodoviária Federal, Dilma cobrou do ministro da Justiça a identificação dos policiais que cometeram abuso de poder ou outras irregularidades. Ela também determinou o corte do ponto dos faltosos.

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