• Carregando...

Londrina – Estudantes e professores do Colégio Estadual Vicente Rijo, no Centro de Londrina (Norte do estado), foram surpreendidos ontem com a visita de 200 policiais militares, que realizaram revistas nos alunos do período da manhã. A polícia estava em busca de armas de fogo, armas brancas, entorpecentes e objetos não-didáticos, como pincéis atômicos (usados por pichadores) e cigarros.

A medida foi aprovada em assembléia realizada em fevereiro, por professores e pais de alunos, e obteve autorização da Justiça. Mas nem mesmo a diretora da escola, Gleisi Mari Hore, sabia que a revista seria ontem. O Vicente Rijo possui cerca de 4 mil alunos divididos em 38 turmas, dos quais 1.680 estudam de manhã.

O efetivo chegou em ônibus fretados – 170 são soldados alunos do 5.º Batalhão da PM e os demais são da Patrulha Escolar. Em grupos, eles entraram nas salas de aula. Os estudantes foram orientados a alinhar as fileiras, colocar as mochilas sobre as carteiras, identificar telefones celulares e colocá-los sobre a mesa do professor, permanecendo de braços cruzados. Os policiais revistaram as mochilas e os próprios alunos.

"A revista só acontece porque tem os três quesitos necessários: autorização da escola, dos pais e da Justiça", explicou o coordenador estadual da Patrulha Escolar, major Loemir Mattos de Souza. Neste ano, foram realizadas outras 67 operações deste tipo em Londrina, mas, a de ontem, foi a maior. "O tráfico é um problema nas escolas, mas não é o mais grave. Brigas e furtos são mais freqüentes", disse o major.

Os materiais não-didáticos foram apreendidos e encaminhados para a direção da escola: cigarros, corrente, baralho, cachimbo, tesoura com ponta e um soco-inglês, que havia sido dispensado pela janela quando o efetivo chegou à escola. Não houve apreensão de armas de fogo e nem drogas ilícitas.

Aprovado

O professor de Matemática Jurandir Manoel, que teve uma turma revistada enquanto dava aula, aprovou a idéia. "É um mal necessário. O ideal seria que não tivéssemos chegado a esse ponto. Nunca flagrei um aluno com drogas na escola, mas a gente sabe que acontece", disse.

A diretora não deu detalhes sobre ocorrências policiais na escola, mas admitiu que existe o problema das drogas. "Todos os professores estão cientes da gravidade do problema", afirmou.

O tenente Nelson Vila, coordenador da Patrulha Escolar em Londrina, justificou a presença do grande efetivo na escola: "Dos 200 policiais, 170 eram soldados alunos e esta vistoria faz parte do aprendizado deles. Outro motivo é que o colégio tem um número grande de alunos. E também queríamos que (a vistoria) fosse o mais rápido possível."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]