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O rompimento de uma adutora, das três que formam o Sistema Produtor de Água Cafezal responsável por 40% do abastecimento de Londrina, no Norte do Paraná, durante as obras de aterro prolongamento da recém-inaugurada Avenida Ayrton Senna, colocou a Sanepar e a prefeitura em oposição e ameaça atrasar a conclusão da avenida. Enquanto a Sanepar alega que o projeto da prefeitura não previa possíveis impactos na tubulação, a administração municipal afirma ter discutido as obras com a Sanepar. Nesse impasse, a Sanepar emitiu uma nota oficial, na manhã desta quinta-feira (23), na qual afirma que pedirá à prefeitura a paralisação das obras do aterro, que fará a transposição da Avenida pela PR-445.

De acordo com o gerente-geral da Sanepar na Região Metropolitana de Londrina, Sérgio Bahls, a empresa tem uma faixa de servidão em áreas de adutoras, sendo que a lei prevê que nada pode ser construído sobre elas, sem as devidas adequações. "Agora ficamos sabendo que estão fazendo um aterro de sete metros sobre este sistema. E se der algum problema, daqui a algum tempo? Quem vai ser responsável pelas conseqüências?", questionou.

Bahls explicou que as adutoras estão no local desde 1957 e passam por elas 2.700 metros cúbicos de água por hora. "As tubulações têm 500 e 600 milímetros, não suportariam o peso de um aterro de sete metros. Mais cedo ou mais tarde, isso iria romper, provocar rachaduras no asfalto e até desmoronamento, podendo causar até perdas de vidas. E como a Sanepar poderia fazer o reparo? Nossa tubulação fica, no máximo, a 1,5 metro da superfície", afirmou.

O gerente da Sanepar também disse que a empresa vai cobrar da Visatec, responsável pela construção, os ressarcimentos dos prejuízos causados, inclusive pela perda de água. "Se há algum acidente em nossa rede, por fadiga ou algo assim, nós fazemos o ressarcimento, como empresa pública que somos. Agora, não posso deixar que alguém desabasteça 40% da população e fique por isto mesmo. Como empresa pública, eu tenho que cobrar os danos".

A Visatec informou que ainda não foi comunicada oficialmente pela Sanepar e que não poderá ser responsabilidade. De acordo com Faiçal Jannanni, proprietário da empresa, a Visatec seguiu o projeto desenvolvido pela prefeitura. "Se houve algum erro ali, foi ou do projeto ou da Sanepar", contesta.

Para Jannanni, a Sanepar não tem legitimidade para cobrar nenhum prejuízo e disse que a empresa está preparando um recurso para a multa aplicada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), no valor de R$ 15mil, depois que fiscais do órgão comprovaram o assoreamento por terra da obra do Córrego Capivara, complicado pelo rompimento da adutora.

Em nota oficial, a prefeitura disse que ainda não recebeu nenhum documento a respeito. A declaração da Prefeitura ainda afirma que "a Sanepar quem tem que se adequar ao crescimento da cidade e não o contrário".

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