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Comerciantes da região apoiam o incentivo fiscal para recuperar a fachada dos imóveis, mas, segundo eles, o principal investimento deve ser feito em segurança pública. A reclamação é unânime: durante todo o dia há a presença de tráfico de drogas e prostituição. E, para eles, isso é o que mais afasta os clientes. "Hoje mesmo teve uma confusão aqui na frente. Quando essas situações ocorrem, sei que as pessoas dificilmente voltarão a comprar aqui", diz Fauzie Fauaz, proprietária de uma loja de artigos para cozinha que funciona há mais de duas décadas. "Para nós seria uma boa opção. Quem não quer deixar o espaço mais bonito?"

O relojoeiro Leopoldo Zillmann trabalha há 40 anos na região. Há oito tem seu próprio negócio. "É uma medida positiva. Vamos implementá-la, mas e os prédios abandonados? E o pessoal que tem bares servindo à prostituição? Será que eles vão se engajar?", questiona. Ele afirma que, por exemplo, poderia deixar as portas abertas até o início da noite, mas é obrigado a fechar quando a tarde cai em função da criminalidade. "A nossa expectativa é grande para essa reforma. A isenção de impostos é boa, mas é preciso mais".

Há 12 anos no local, o comerciante Maurice Jamil Samara comemora o incentivo. "Todo desconto é um bom negócio". No cálculo dele, a redução do IPTU não será tão significativa, mas mesmo assim fará diferença. "Sofremos desde que retiraram os pontos de ônibus daqui. Agora pode ser um impulso significativo. É necessário uma mudança estrutural e cultural. Já cansei de ver sequestros relâmpagos e uso de drogas".

Para os moradores, a situação também é complicada. O aposentado Walfrido Costa, 58 anos, se mudou para a Travessa Tobias de Macedo há três anos, após sofrer um acidente de moto. Sem família, ele encontrou refúgio na casa de amigos. E teve de se acostumar a não sair depois das 18 horas. "À noite aqui é o local onde o filho chora e mãe não escuta. Já vi cada coisa que até o céu duvida". Da janela do quarto ele se tornou um observador "privilegiado" do descaso com a região. "Os assaltantes agem sem pudor. É preciso mais policiamento".

O vice-presidente da associação de moradores, amigos e lojistas da rua, Chaim Jader, diz que não conhece o projeto na íntegra, mas que a isenção é um incentivo a mais para a revitalização da região. A mobilização para as reformas do local partiu dos próprios lojistas, que ajudaram a elaborar o calendário e a execução das obras.

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