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O Ministério Público informou que a ação realizada nesta quarta-feira (13), como parte da Operação Leite Compen$ado, resultou na prisão de oito pessoas e na apreensão de produtos químicos utilizados pela Odair Transportes Ltda. Para adulterar o leite que era transportado pela empresa, no norte do Rio Grande do Sul.

“Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na sede da Odair Transportes Ltda., em Campinas do Sul, a Operação Leite Compen$ado encontrou um saco de ureia de 50 kg, 270 litros de soda cáustica e, aproximadamente, dois litros de álcool em uma bombona de 20 litros”, diz a nota divulgada pelo MP.

O proprietário da transportadora foi preso preventivamente por fraudar leite com água para aumentar a quantidade do produto comercializado e adicionar substâncias químicas para mascarar a adulteração. De acordo com os investigadores, a adição de ureia e de álcool faz com que o ponto de congelamento (crioscopia) seja elevado durante a análise laboratorial, e a soda cáustica reduz a acidez do leite que está já em decomposição. O MP informou que também foram presos três motoristas ligados à empresa: Vilmar Bonfante, Franciel Lazari e Ezequiel Sakrczewski.

Conforme mostrou a investigação, Odair Melati adicionava água no leite para dobrar o volume entregue à Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Campinas do Sul (Coopasul), que era, diariamente, de 600 mil litros. O presidente da Cooperativa, Ariel Narzeti, e o laboratorista, Douglas Bonfante, também foram presos preventivamente. Escutas telefônicas comprovam que os dois recebiam leite em desconformidade. Em uma situação, um motorista foi orientado para esperar a fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa-RS) sair da Coopasul para, depois, entregar a carga normalmente.

O MP também determinou medida cautelar para Delair Melati (esposa de Odair e sócia da transportadora), Lídia Poganski (produtora de leite que cedia o talão de produtor a Odair para que fosse indicada a quantidade de leite já com adição de água em vez do total real coletado) e Hélio Marengo (contador da transportadora). Os três só poderão se ausentar da cidade mediante autorização judicial e não poderão continuar com as atividades exercidas.

“Hoje identificamos um índice muito pequeno de adulteração. As próximas etapas devem ser, possivelmente, na produção de derivados. Estamos de olho em todos os focos de adulteração, quem estiver mexendo no leite deve esperar nossa visita”, disse o Promotor de Justiça da Especializada Criminal do MP gaúcho, Mauro Rockenbach.

A Operação Leite Compen$ado teve sua primeira fase deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público em maio de 2013, e até agora já resultou em 15 condenações por envolvimento em esquemas de fraude na cadeia produtiva do leite.

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