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Uma série de atentados está assustando a população de Maringá e região. Nos últimos seis meses foram registradas seis ocorrências de ataques contra um distrito policial, órgãos de imprensa, Câmara de Vereadores e outros estabelecimentos. No último ataque, ocorrido nesta semana, criminosos atiraram bombas incendiárias contra o 5º Distrito Policial (5º DP). Segundo especialistas ouvidos pela Gazeta Maringá, os atentados são atípicos e demonstram o aumento do poder dos bandidos na cidade.

A primeira ação criminosa do tipo aconteceu no final de julho, quando dois homens armados em uma motocicleta dispararam vários tiros contra o prédio da Câmara Municipal de Maringá (CMM). Um mês depois, o alvo foi a sede da Gazeta Maringá e da RPC TV. O crime seguiu o mesmo padrão. Quinze tiros foram disparados contra a recepção. Neste caso, a única peculariedade foi o uso de uma arma 40 milímetros, que, por exemplo, é usada por policiais. Depois, um banco, a Câmara de Sarandi, uma loja de veículos na Avenida Mandacaru e o 5º DP sofreram ataques. Ninguém ficou ferido em nenhuma das ocorrências.

O início da onda de atentados começou logo após a chegada do delegado-adjunto da Polícia Civil em Maringá, Nagib Palma. Na avaliação dele, os crimes não estariam todos relacionados. O que aconteceu foi que, provavelmente, os primeiros ataques acabaram incentivando que bandidos "pés de chinelos" seguissem o mesmo caminho. "Virou moda", avalia.

A polícia, no entanto, está investigando a participação até de policiais, já que foram encontradas munições de calibre exclusivo das polícias durante o ataque contra a redação. "No último ano, houve uma maior repressão à marginalidade, o que poderia ter causado a retaliação por parte dos criminosos", diz Nagib Palma. Dois seis casos, apenas um adolescente foi apreendido até o momento.

Já o delegado da Polícia FederalAlexander Dias, acredita que parte dos ataques tem objetivo de desestabilizar corporações policias e mostrar força. "Pode ser uma atitude que se espalhou pelos criminosos ou uma tentativa de fazer parecer que Maringá não está segura. É uma forma de mostrar poder do crime organizado." O que mais preocupa no cenário atual é que outras cidades do porte de Maringá não estão tendo o mesmo problema. "Não é algo comum", diz Dias.

Opinião semelhante tem a professora de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenadora do Observatório das Metrópoles, Ana Lúcia Rodrigues. Segundo ela, nas 15 regiões metropolitanas onde o observatório atua, não foram registrados casos parecidos. Ao contrário do que afirma Nagib Palma, a coordenadora atribui a série de atentados a um aumento da violência em cidades do interior.

Nas tradicionais metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, os índices de violência diminuíram nos últimos cinco anos. Já em alguns municípios que eram considerados tranquilos, como Maceió, Belo Horizonte, Curitiba e Maringá, a violência aumenta. "Seria como se a violência migrasse de um lugar para outro".

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