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Assembleia Legislativa: nomeação de servidores fantasmas era ocultada da população por meio da edição de diários oficiais que permaneciam  secretos. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Assembleia Legislativa: nomeação de servidores fantasmas era ocultada da população por meio da edição de diários oficiais que permaneciam secretos.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

A publicação da série Diários Secretos completa seis anos nesta quarta-feira (16). O trabalho foi produzido em parceria pela Gazeta do Povo com a RPC e revelou um milionário esquema de desvio de recursos na Assembleia Legislativa do Paraná. O trabalho recebeu importantes prêmios, como o Grande Prêmio Esso e o Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, ambos no Brasil, além de ser agraciada como o título de melhor reportagem investigativa da América Latina e com Global Shining Light Award, prêmio concedido ao mais importante trabalho realizado em país em desenvolvimento.

A série Diários Secretos foi selecionada pela Rede Mundial de Jornalismo Investigativo como uma das dez mais impactantes do planeta. Encabeçando a lista dos trabalhos jornalísticos mais impactantes está o caso Watergate, publicado pelo jornal Washington Post, e que culminou com a renúncia do presidente norte-americano Richard Nixon, em 1974. A seleção reúne reportagens de dez países, incluindo também Inglaterra, Costa Rica, África do Sul, Gana, Ucrânia, Filipinas e Paquistão.

As investigações que o Ministério Público abriu a partir da série já comprovaram mais de R$ 250 milhões em desvios, mas os promotores estimam que o valor usado irregularmente pode chegar a R$ 1 bilhão. A série consumiu dois anos de trabalho e resultou em um banco de dados com as informações sobre as contratações de funcionários pela Assembleia. Até o trabalho ser realizado, os diários oficiais da Assembleia não estavam disponíveis para consulta e depois passaram a ser publicados na internet.

A série provocou indignação pública, levando milhares de pessoas às ruas em protestos em 13 cidades do Paraná. O Ministério Público criou uma força-tarefa de 20 pessoas para investigar os casos, rendendo processos criminais e cíveis. As investigações continuam e mais processos devem ser ajuizados. Contudo, até agora, 15 pessoas já foram condenadas. Ex-funcionários e deputados estão com os bens bloqueados e o número de servidores diminuiu, gerando mais de R$ 4,5 milhões de economia por mês.

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