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Sete pessoas morreram após um ônibus cair do viaduto Brigadeiro Trompowski sobre a avenida Brasil, na região da Maré no Rio do Janeiro nesta terça-feria (2) | Carlo Wrede / O Dia
Sete pessoas morreram após um ônibus cair do viaduto Brigadeiro Trompowski sobre a avenida Brasil, na região da Maré no Rio do Janeiro nesta terça-feria (2)| Foto: Carlo Wrede / O Dia

Sete pessoas morreram e 9 ficaram feridas quando um ônibus caiu do viaduto Brigadeiro Trompowski sobre a pista lateral da avenida Brasil, no sentido centro, nas imediações da Ilha do Governador, na zona norte do Rio, por volta das 16h30 desta terça-feira.

O ônibus pertence à Viação Paranapuan e percorria a linha 328, que vai do Bananal, bairro da Ilha do Governador, até o Castelo, região do centro do Rio. Desgovernado, o coletivo arrancou parte da grade de proteção do viaduto e caiu com as rodas para cima, sem atingir outros veículos nem pessoas.

Os bombeiros acreditam que havia 16 pessoas dentro do ônibus. Os feridos, entre eles o motorista do ônibus e uma menina de 7 anos foram encaminhados aos hospitais Federal de Bonsucesso, municipais Souza Aguiar e Miguel Couto e estaduais Getúlio Vargas e Adão Pereira Nunes.

Ao menos duas pessoas estão internadas em estado gravíssimo na noite desta terça. Os estados mais graves são de um homem não identificado, de aproximadamente 18 anos, que sofreu TCE (traumatismo crânio-encefálico); e de uma mulher também não identificada, de cerca de 30 anos, que teve diversas lesões na área do tórax. O homem já passou por drenagem na região do tórax e estava passando por procedimento cirúrgico por volta das 20h no Hospital Getúlio Vargas. Já a mulher aguardava estabilização para entrar em centro cirúrgico no Hospital Adão Pereira Nunes.

As outras três pessoas atendidas em unidades estaduais são um homem de 86 anos, que teve traumatismo crânio-encefálico leve; um homem de 33 anos que teve fratura de fêmur e traumatismo crânio-encefálico médio; e uma garota de 17 anos que teve trauma leve no tórax. Os três estão no Hospital Getúlio Vargas.

As demais vítimas foram encaminhadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, para o Hospital Geral de Bonsucesso e para o Hospital Municipal Miguel Couto. O estado de saúde delas, porém, não foi informado.

Motivo

O motivo do acidente ainda será apurado. O delegado José Pedro da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), que investiga o caso, afirmou que tem duas linhas preliminares de investigação. Uma das hipóteses é de que um passageiro tenha discutido com o motorista e puxado o braço dele, deixando o veículo desgovernado. A outra hipótese é de que o ônibus saiu da rota após bater em um caminhão. Passageiros que escaparam ilesos contaram que um passageiro reclamou da velocidade exagerada com que o motorista conduzia o ônibus. O condutor teria dito que quem estivesse descontente deveria comprar um carro.

Em entrevista à rádio CBN, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) lamentou o acidente e afirmou que ainda não poderia apontar culpados. "Por enquanto há muitas versões, muito boato. Prefiro esperar", afirmou. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes o ônibus estava autorizado a circular. A vistoria mais recente ocorreu em 3 de julho de 2012.

O motorista desempregado Fernando Almeida de Azevedo caminhava pela avenida Brasil rumo à casa da filha quando viu o acidente, a poucos metros. "Temi que houvesse algum parente meu entre as vítimas e fui ajudar. Consegui tirar três ou quatro pessoas, que não estavam presas nas ferragens, antes que os bombeiros chegassem e proibissem a gente de ajudar", contou.

A avenida Brasil, uma das principais vias de acesso ao Rio, ficou totalmente interditada por cerca de 20 minutos. Depois permaneceu fechada no sentido centro por mais de duas horas. O congestionamento chegou a nove quilômetros. Oitenta bombeiros trabalharam no resgate às vítimas. A operação contou também com três helicópteros, dos bombeiros e das polícias Civil e Militar.

Em 2012, a Ouvidoria da Secretaria Municipal de Transportes recebeu 28.294 reclamações sobre ônibus. Em 2013 já são 7.455. As cinco reclamações mais frequentes são não parar no ponto, comprometer a segurança dos passageiros, falta de urbanidade, arrancar ou frear bruscamente e alterar ou não cumprir o itinerário.

Socorro às vitimas

Os operários de uma obra da prefeitura foram os primeiros a socorrer as vítimas do acidente. Os feridos foram levados para os hospitais. "Ouvimos só o barulho, quando o ônibus caiu. Está triste. As pessoas estão ajudando a tirar os corpos de dentro do ônibus. O pessoal da obra do lado foi o primeiro a aparecer, com uma máquina escavadeira para tentar ajudar", contou Julio Cesar Monteiro Neves, vendedor de uma madeireira a 50 m do local. Todas as pistas da avenida Brasil foram fechadas para o resgate, mas duas faixas no sentido centro já haviam sido liberadas às 18h20. No sentido zona oeste, apenas uma faixa na pista central continuava interditada no horário. Segundo ele, o socorro do Corpo de Bombeiros chegou rápido. O vendedor de uma loja de autopeças, ao lado da madeireira, Luciano Siqueira diz ter visto o ônibus cair. "Eu vi caindo. Atravessou a mureta e caiu de cabeça pra baixo. Ninguém conseguiu sair de lá de dentro. Quem sobreviveu, foi retirado pelo resgate. A gente ligou aqui da loja", afirmou.

Ele estimou em dez minutos o tempo entre o acidente e a chegada dos Bombeiros.

Ônibus cai de viaduto

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