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Aumento na tarifa de energia autorizado para a Copel foi o quarto mais alto do país: reajuste médio no Brasil será de 23,4%. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Aumento na tarifa de energia autorizado para a Copel foi o quarto mais alto do país: reajuste médio no Brasil será de 23,4%.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O Paraná vai começar a semana pagando 36,8% mais caro pela energia. Esse é o reajuste extraordinário a que a Copel terá direito para fazer frente ao crescimento de suas despesas com a compra de energia e o fim dos repasses do Tesouro Nacional à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Para o consumidor residencial, o reajuste será de 31,8%. Para a indústria, a tarifa vai subir 38,9%, em média.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu na sexta-feira (27) os reajustes extraordinários de 58 distribuidoras de todo o país. O aumento médio autorizado para a Copel foi o quarto mais alto. Na média de todas as empresas, o reajuste será de 23,4%.

Vem mais aumento em junho

A tarifa média da Copel Distribuição subiu cerca de 25% em junho do ano passado e quase 37% agora. Mas não vai parar por aí. A empresa terá direito, no próximo dia 24 de junho, ao reajuste “tradicional”, que ocorre todos os anos.

Segundo o diretor-presidente da empresa, Vlademir Santo Daleffe, além de ser compensada pela variação dos custos operacionais dos 12 meses anteriores – que segue a inflação –, a estatal tem direito a uma correção de 15% referente à fração não repassada ao consumidor dos reajustes autorizados em 2013 e 2014.

Por outro lado, em meados do ano a empresa passará a receber uma cota da energia barata de hidrelétricas antigas cuja concessão não foi renovada em 2013. Isso vai suavizar despesas da Copel com compra de energia e deve diluir um pouco o montante que será repassado para o consumidor.

Normalmente, cada concessionária tem direito a um reajuste por ano. O da Copel, por exemplo, ocorre no dia 24 de junho. No entanto, existia o temor de que várias distribuidoras quebrassem se tivessem de absorver por muito mais tempo o violento aumento de custos que afeta todo o setor elétrico. Foi por isso que o governo federal – apontado por muitos especialistas como culpado pela desorganização do setor – decidiu liberar esse reajuste fora de época.

O governo estadual, controlador da Copel, informou que não comentaria o assunto, uma vez que o aumento “foi definido pelo governo federal”. Em meados do ano passado, quando a Aneel permitiu que a estatal paranaense elevasse sua tarifa em cerca de 35%, o governador Beto Richa determinou que a companhia aplicasse um aumento menor, de 25% – a diferença poderá ser repassada ao consumidor no próximo reajuste tarifário anual, em junho.

Segundo o diretor-presidente da Copel Distribuição, Vlademir Santo Daleffe, a empresa vai aplicar na íntegra o aumento autorizado pela Aneel. “Desse aumento, nem um centavo ficará na mão da Copel. É para fazer frente ao forte aumento da CDE, da tarifa de Itaipu e da energia que as distribuidoras tiveram de comprar no leilão de ajuste de janeiro”, disse.

CDE, Itaipu e leilão

Com o fim dos subsídios do Tesouro, o rateio da CDE entre todos os consumidores brasileiros saltou de R$ 1,7 bilhão para R$ 23 bilhões. A CDE é um fundo que banca as principais despesas do setor elétrico e programas sociais como o Luz para Todos.

Além dessa despesa, as concessionárias das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão arcando com o encarecimento da energia de Itaipu, que representa em torno de 20% do suprimento dessas empresas. Neste ano, as tarifas da hidrelétrica foram reajustadas em 46%, em dólar, em razão do “cenário hidrológico adverso de 2014”, segundo a Aneel.

A falta de chuva fez várias hidrelétricas gerarem menos energia, obrigando-as a comprar a diferença no oneroso mercado de curto prazo para honrar contratos. Esse aumento de custos, suportado por Itaipu ao longo de 2014, é repassado às distribuidoras desde o início do ano e chega agora ao consumidor final.

Outra despesa que teve forte impacto no caixa das distribuidoras, segundo o executivo da Copel, foi o leilão de ajuste realizado em janeiro, no qual as empresas compraram energia a preços elevados para cobrir volumes “descontratados” que até então elas estavam tendo de comprar no mercado de curto prazo.

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