Seiscentas pessoas confinadas num único ambiente, parte delas com vômito e diarreia, e todas disputando apenas dois banheiros. Disputa também por um lugar para sentar ou deitar. Essas foram algumas das cenas presenciadas por um casal de namorados de Curitiba que pagou R$ 2 mil por um cruzeiro de sete dias no navio Vision of the Seas, da empresa Royal Caribbean. A embarcação, que ficou retida em Búzios (RJ) na quinta-feira, após um surto de infecção gastrointestinal a bordo, passou ontem por uma higienização no porto de Santos (SP). Estavam a bordo 765 tripulantes e 1.987 passageiros, que foram liberados.
Ao todo, 310 pessoas passaram mal no navio, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre eles o engenheiro civil Murilo Fiorucci Pioto e a arquiteta Nadine Doitille. O casal de namorados viajava numa cabine. Ela teve problemas no segundo dia da viagem e ele, no terceiro. Eles buscaram ajuda do médico no navio, mas reclamam do mau atendimento. "Só receitaram medicamento para diarreia e vômito e mandaram tomar Gatorade para reidratar", diz Murilo. Teriam de tomar Imosec e Cataflan, mas um passageiro médico recomendou que não usassem.
Tudo contribuía para esquentar os ânimos, a começar pela falta de informações. "Ninguém sabia ao certo o que estava acontecendo, e ninguém do navio dava explicações", reclama Murilo. Muita gente ficou nervosa, pois havia suspeita de se tratar de um surto viral. Em Santos, relata Murilo, foram confinados na cabine de um bar do navio e só havia dois banheiros para 600 pessoas. O ambiente não comportava todos e houve disputa por lugar para sentar ou deitar. As discussões foram inevitáveis e a polícia da embarcação chegou a ser chamada, mas ninguém ficou ferido.
O navio atracou ontem por volta das 7 horas no porto de Santos após ficar retida em Búzios devido ao surto. O desembarque dos passageiros só foi liberado cerca de três horas depois, após inspeção feita pelos agentes da Anvisa. Após o desembarque, teve início o processo de higienização completa, que durou pelo menos três horas. Depois disso aconteceria o embarque dos passageiros que seguiriam em outro cruzeiro, que partiria de Santos ainda ontem em direção a Búzios e Ilhabela.
Na quarta-feira foram coletadas amostras de água e comida para tentar determinar o que pode ter causado o surto, mas a principal hipótese, segundo a Anvisa, era de intoxicação alimentar. As amostras, que incluem ainda exames feitos nos passageiros, foram encaminhadas para análise no Instituto Noel Nutels e devem ser concluídos em uma semana.
Os passageiros do cruzeiro frustrado do Vision of the Seas a princípio não serão reembolsados. Há somente uma promessa de desconto de 25% para um futuro cruzeiro. Murilo e Nadine, no entanto, não pretendem viajar tão cedo. Eles tomaram um ônibus no início da tarde de ontem na rodoviária de Santos e tinham previsão de chegar à noite em Curitiba.
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