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Área ocupada irregularmente: trocas de tiros são constantes, dizem vizinhos | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Área ocupada irregularmente: trocas de tiros são constantes, dizem vizinhos| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Duas pessoas morreram depois de um tiroteio ocorrido no último domingo na área de 170 mil metros quadrados da Rua João Dembinski, no bairro da Fazendinha, ocupada no dia 6 de setembro por cerca de 600 famílias. Anderson Jeremias Fernandes, de 31 anos, e Valdecir Resende da Silva, 29, foram encaminhados na noite de domingo para o Hospital Evangélico, em Curitiba, e morreram no dia seguinte. Segundo moradores e comerciantes da região, os dois teriam se envolvido em uma briga em um bar nas imediações, e o tiroteio teria ocorrido dentro da área ocupada.

A assessoria do Hospital Evangélico informou ontem que Anderson e Valdecir foram socorridos na Rua João Dembinski e que a entrada dos dois foi registrada às 20h06 de domingo. Valdecir da Silva morreu às 12h50 de segunda-feira, dia 6; já Anderson Fernandes morreu às 15h45 do mesmo dia. Ele teria sido registrado como morador de Araucária, na região metropolitana. Na quinta-feira, a Delegacia de Homicídios de Curitiba informou não ter conhecimento de nenhuma morte na região da Fazendinha na noite de domingo. Ontem, no entanto, a reportagem constatou que as duas mortes estão no livro de registros. Segundo a atendente da delegacia, o caso está sendo investigado.

Apreensão

O clima entre moradores e comerciantes vizinhos da ocupação é de apreensão. Na quinta-feira, oito pessoas que conversaram com a reportagem e pediram para não ter seus nomes revelados informaram que assaltos, furtos e tiroteios se tornaram comuns na região. "Quase toda noite tem tiroteio. Já tem gente que colocou os filhos para dormir na sala, com medo de bala perdida", disse um comerciante. "Todo dia alguém tenta furtar alguma coisa aqui", afirmou outro comerciante. Um morador garantiu ter visto uma das vítimas ser jogada na Rua João Dembinski na noite de domingo. "Colocaram em um madeirite e jogaram na rua, pra fora da invasão", afirmou.

Desde que chegaram ao local, as famílias que ocupam a área vêm divindo o terreno em lotes de 10 por 20 metros quadrados. Segundo vizinhos, há comerciantes do bairro que mantêm famílias nos lotes para tentar ficar com uma parte do terreno no caso de uma regularização. "Uma boa parte do bairro surgiu de loteamentos irregulares. Tem gente que apóia a ocupação", afirmou uma comerciante. Os lotes custariam de R$ 1 mil a R$ 3 mil.

A assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública informou ontem que já foi definida uma data para a operação de reintegração de posse. Segundo a prefeitura de Curitiba, desde o dia 6 de setembro a central 156 já recebeu 91 reclamações referentes à área, 64 delas por causa da ocupação e 27 relativas ao corte de árvores. No dia 17 de setembro, a prefeitura multou a empreiteira CR Almeida em R$ 573 mil, por causa do corte de vegetação. A CR Almeida argumenta que a área pertence à Varuna Empreendimentos Imobiliários desde dezembro de 2002.

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