• Carregando...

Motociclista morre em acidente

Um motociclista morreu depois de bater contra uma carreta, por volta das 8h10 de ontem, na Avenida Tiradentes, próximo ao Shopping Armazém da Moda. Socorristas do Siate foram acionados, mas quando chegaram ao local João José Lemos, 30 anos, já estava morto. Segundo o condutor da carreta, Rogério Serafim da Silva, 36 anos, os dois trafegavam pela Avenida Universo e o acidente ocorreu no momento em que eles entraram na Tiradentes. "Joguei a carreta mais para o meio da avenida para poder fazer a curva, quando o cavalo da carreta virou perdi a visão do retrovisor. Depois não sei o que aconteceu, ele bateu na lateral e o rodado de traseiro passou por cima dele", contou. Uma motociclista que trafegava atrás disse que vários motoqueiros entraram ao mesmo tempo na curva e a vítima não conseguiu desviar da carreta. (Daniel Costa)

Sem intervenções significativas para conter a violência no trânsito de Londrina, a ação de maus motoristas, motociclistas e pedestres deixa, todo dia, uma "herança" de pelo menos 15 pessoas feridas, em diversos graus de complicações, nas ruas da cidade. Nos seis primeiros meses de 2012, relatório do Corpo de Bombeiros de Londrina/Siate contabiliza a marca de 2.479 pessoas acidentados nas ruas e rodovias. Nos fins de semana, o número de feridos chega a dobrar.

Até o começo de junho, ao menos 28 pessoas morreram no trânsito urbano da cidade, excluindo a PR-445 e a BR-369, locais onde as estatísticas – igualmente trágicas - são avaliadas separadamente pelos gestores de trânsito. As polícias rodoviárias Estadual e Federal, Polícia Militar e Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) não trabalham de forma integrada no município. Ontem, nenhum órgão gestor conseguiu comentar os dados. O diretor de Trânsito da CMTU, Wilson de Jesus, não atendeu ao celular.

A tragédia em Londrina já foi pior em outros anos: em 2011, a marca foi de 16 feridos por dia (2.650 nos primeiros 6 meses) e em 2010, 2.507 pessoas foram parar nos hospitais. "São casos de escoriações, fraturas, amputações, intervenções cirúrgicas em pessoas que eram sadias e cujos prejuízos são sofridos não só por quem se acidenta bem como por toda a coletividade", frisa Sérgio Dalbem, especialista em trânsito, atualmente no comando do setor na Prefeitura de Arapongas.

Segundo Dalbem, os ferimentos e problemas físicos são apenas "a ponta do iceberg" para quem se acidenta. "Costumo mostrar que o custo do acidentado para o próprio acidentado. Se ficar mais de 15 dias afastado do serviço quem paga é o INSS, mas a pessoa recebe apenas 70% do que está no contracheque, sem abonos", diz. "Quem provoca o acidente pode ser processado criminalmente e ter que indenizar a vítima. É possível pedir danos materiais, morais e até estéticos", alerta o especialista. "E se comprovada a culpa, o governo já começa a cobrar na Justiça, de quem provocou, o ressarcimento do dinheiro gasto pelo INSS com o afastamento da vítima. Nem o governo aceita mais ficar com essa conta", afirma Dalbem.

Transformação"No trânsito é assim: fora do veículo, todo mundo é calminho, correto e prudente. Quando assume a direção, as pessoas se transformam", constata o designer Wesley Bueno, 22, motociclista. "Até hoje não me acidentei desde que comecei a usar a moto. Graças a Deus e por muita sorte", diz, aliviado, relatando a ocasião em que sentiu a morte de perto, ante a mistura de velocidade excessiva – dele mesmo – com a imprudencia de um motorista de caminhão que o fechou em plena Avenida Tiradentes. "Certamente eu ia morrer quando consegui desviar".

Na "correria da vida lôca", como diz, o motoentregador Daniel Santos, 28, não teve a mesma chance: "Um ônibus não deu passagem pelo corredor e caí. Não sobrou nada inteiro: tive nove fraturas, três delas na face. Fiquei quase um ano sem trabalhar e hoje só levo as consequências", diz o rapaz mostrando as cicatrizes dos pinos nas duas pernas

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]