Uma em cada dez pessoas que no último ano sofreu episódios de violência que pôs em risco suas vidas apresenta os sinais de transtorno de estresse pós-traumático na cidade de São Paulo. O número vem do primeiro levantamento sobre a ocorrência do problema realizado no país.
Coordenado pelo psiquiatra Jair de Jesus Mari, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudo se baseou na avaliação de 2.530 moradores da capital e foi apresentado em junho no 1º Simpósio Internacional sobre Violência e Saúde Mental.
O estresse pós-traumático acomete pessoas que sofreram ou testemunharam situações violentas. Ele é caracterizado por problemas emocionais que as impedem de seguir com a vida normal.
Quando os pesquisadores ampliaram o período analisado para a vida toda, a ocorrência de estresse pós-traumático mais que dobrou: 26% dos paulistanos apresentaram sinais compatíveis ao problema emocional disparado pela violência. Em países que recentemente passaram por guerras ou conflitos armados internos como Argélia, Camboja e Etiópia, a taxa de estresse pós-traumático na população é, respectivamente, 37%, 28%, 16%.
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