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Caixa com os bombons enviados para a família de Thalitha, em 2012. Na época, quatro adolescentes foram intoxicados | Heliberton Cesca/Arquivo/Gazeta do Povo
Caixa com os bombons enviados para a família de Thalitha, em 2012. Na época, quatro adolescentes foram intoxicados| Foto: Heliberton Cesca/Arquivo/Gazeta do Povo

Três adolescentes, dos quatro que comeram brigadeiros com suspeita de envenenamento, seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, na manhã desta quarta-feira (14). A família de uma das jovens, de 14 anos, recebeu uma caixa com oito bombons na tarde de segunda-feira (12) e quatro pessoas passaram mal após ingerir parte dos doces. Todos têm menos de 18 anos.

De acordo com a Delegacia de Homicídios (DH), um taxista entregou os bombons no Jardim Futurama, no Umbará. O taxista ainda não foi identificado pela polícia, de acordo com informações da manhã desta quarta-feira.

A adolescente de 14 anos segue em estado grave. De acordo com o HC, será necessário avaliar a evolução do caso pelas próximas 48 horas para poder ter informações mais detalhadas sobre a situação. A vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória na segunda-feira. O aniversário de 15 anos da vítima será no próximo sábado (17) e a adolescente achou que se tratava de doces para provar para a festa, de acordo com um vizinho, que não quis se identificar.

Outra jovem, de 16 anos, também está em estado grave. A adolescente estava entubada nesta manhã. O garoto, de 16 anos, apresentou melhora, mas ainda está internado na UTI.

A quarta vítima, um menino de 13 anos, recebeu alta no fim da tarde de terça-feira. Ele estava internado, em observação, no Centro de Urgências Médicas do Pinheirinho.

Motivação

O delegado titular da DH, Rubens Recalcatti, informou que o caso é tratado como tentativa de homicídio. "Estamos investigando algum problema com a adolescente (de 14 anos). O fato de o pai dela ser policial militar também chama a atenção." A suspeita é de que os brigadeiros estivessem contaminados com veneno para rato. Um vizinho da família, que pediu para não ter o nome revelado, confirmou que a adolescente que está na UTI é filha de um policial. "Não sabemos se os bombons eram para a menina ou para o pai dela", afirmou.

Recalcatti disse que as informações do taxista são importantes para a investigação. Apesar de não ter identificado quem é o homem que entregou os bombons na casa da adolescente, o delegado pede que o taxista se apresente e ajude a esclarecer o caso. "Precisamos falar com o taxista. Ele deve comparecer na delegacia."

Perícia

Quatro brigadeiros que ainda não haviam sido ingeridos foram enviados para análise no Instituto de Criminalística (IC), que já iniciou a perícia nesta terça-feira (13). A adolescente foi submetida a exames para comprovar ou descartar o envenenamento. O sangue dela foi colhido no hospital e deve ser encaminhado ainda nesta terça para o Instituto Médico Legal (IML) para ser analisado. Ainda não havia nenhum laudo sobre o caso na manhã desta quarta, de acordo com a delegacia de Homicídios.

O chefe do Laboratório de Ciências Químicas e Biológicas do IC, Junilce Brettas Guidolin, informou que nesta quarta (14) deve ser realizado um exame químico e cromatológico nos doces para identificar o possível veneno usado. Porém, ela acredita que existe a possibilidade do material ser repassado para o IML, já que o laboratório do Instituto Médico Legal deve fazer uma perícia no sangue de uma das adolescentes. Neste caso, um só local faria toda a perícia. De qualquer forma, o resultado deve sair em uma semana.

A perita criminal, responsável pela análise do material no IC, Mariana Ulyssea, explicou que inicialmente os exames priorizam os tipos de venenos mais comuns, entre eles o chamado "chumbinho" usado como raticida. Caso não se confirme o uso destes produtos, o leque de tipos de venenos vai ampliando até identificar um que tenha sido utilizado. "A maioria dos venenos não é solúvel em água. Então, a gente vai usar vários solventes para identificar o tipo de veneno", afirmou. Basicamente, existem quatro classes de venenos pesquisados na perícia: organoclorados, organofosforados, carbamatos e cumarínicos.

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