Passar o cadeado no suporte do papel higiênico para diminuir a quantidade de furtos nos banheiros da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Essa foi a solução encontrada há cerca de cinco anos pelo Departamento de Serviços e Manutenção da instituição, que diz não dar conta de repor tudo o que é levado. Além dos rolos de papel higiênico, álcool em gel e até sabonete líquido estão na lista dos materiais que mais "desaparecem".
Mesmo com a proteção no suporte de papel higiênico, o departamento não descarta a possibilidade de que pessoas retirem o papel do rolo para levar embora. No caso do álcool em gel e do sabonete líquido, que não têm estrutura antifurto, o desaparecimento é mais recorrente. Por isso, é comum, também, não encontrar esses produtos quando mais se precisa deles.
"A universidade tem 108 zeladores, mas eles precisam trabalhar, não podem fiscalizar o tempo todo. Tem gente que pensa que, pelo fato de a UEM ser pública, pode levar o que quiser", diz o diretor do Departamento de Serviços e Manutenção da UEM, Robson Rogers Moreira.
O furto, por si só, não é o único problema, mas desencadeia outros. A Vigilância Sanitária inspeciona o câmpus de tempos em tempos e exige que materiais básicos sejam oferecidos. Só que, segundo Moreira, por causa da índole de pessoas que passam pelos banheiros, a universidade é sempre "reprovada" na inspeção.
Moreira revela que o problema é antigo e que se agravou ao longo do tempo. Os banheiros são sempre os mais afetados, mas não são os únicos. "Levam o que for possível carregar. Se ninguém perceber, até móveis eles carregam. Há tempos, tivemos de gradear as janelas da biblioteca, porque as pessoas jogavam os livros pela janela e saiam para recolhê-los e levá-los para casa", conta.
Como o campus recebe comunidades interna e externa, é impossível saber se a prática é cometida por alunos ou visitantes.
O estudante de Física da UEM Giuliano Agostinho Ridolfi, de 21 anos, fez uma foto de um suporte de papel higiênico com o cadeado e postou no Facebook. Ele conta que, quando viu a estrutura de proteção, achou graça da situação, mas, depois de refletir, indignou-se. "Fiquei pensando na falta de civilidade das pessoas. Muitas vezes, quem faz isso não precisa fazer. Não é problema social, é de caráter."
Já a estudante de Secretariado Trilingue Fernada Leonel, de 25 anos, diz que acha um desrespeito. "É uma falta de consideração com quem realmente precisa usar os materiais. Nunca presenciei alguém furtando, mas vejo os cadeados e isso revolta."
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