O tenente-coronel aposentado da PM Valdir Copetti Neves foi condenado pela Justiça Federal, no dia 17 de dezembro do ano passado, a 18 anos e 8 meses de prisão, perda do posto na corporação e multa de R$ 20 mil. Copetti é acusado de formar uma milícia que agia em Ponta Grossa desde novembro de 2004. Pelo menos três policiais aposentados faziam parte do grupo, contratado para fazer a segurança de propriedades rurais.
Segundo o Ministério Público Federal, a milícia usava armas sem registro, algumas delas importadas irregularmente. O tenente-coronel ainda teria subornado uma mulher para que fizesse uma falsa denúncia contra líderes do MST e planejado um acidente para "plantar" maconha no carro de um sem-terra.
Em 2005, a Operação Março Branco, da Polícia Federal (PF), prendeu Copetti e outros sete acusados de integrar a organização. Com o grupo foram encontrados recibos de pagamentos feitos pelos fazendeiros.
Copetti foi condenado por exercício arbitrário das próprias razões, constrangimento ilegal, formação de quadrilha, tráfico internacional de armas e também por fornecer droga para ser colocada no veículo de um terceiro. Poderá recorrer em liberdade.
Também em 2005, Copetti Neves foi acusado de integrar uma quadrilha que planejava e executar roubos contra comerciantes de Curitiba para depois oferecer um serviço clandestino de segurança. Policiais militares, advogados e assaltantes faziam parte do grupo, descoberto em uma força-tarefa da PF e da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Em 1999, o tenente-coronel foi acusado de envolvimento em interceptações nas linhas telefônicas de cooperativas ligadas ao MST. A Justiça teria autorizado o grampo sem fundamentação legal, nem notificação ao Ministério Público, o que rendeu ao Brasil uma condenação pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em agosto do ano passado.
Copetti também é acusado de grilagem de terras. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ele ocupou irregularmente a Fazenda São Francisco I, em Ponta Grossa, que pertencia à União. O tenente-coronel comprou as terras de um posseiro e ingressou com pedido de usucapião em 1999. Posteriormente, avançou em outras áreas da Embrapa.
Ainda de acordo com a Embrapa, perícia solicitada pela Justiça Federal comprovou que a propriedade era da empresa. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também confirma que as terras pertenciam à Embrapa. Desde 2003, integrantes do MST estão acampados na área, aguardando assentamento.
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