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Paraná

O fenômeno mais recorrente entre 1991 e 2010 no Paraná – principalmente na região Sudoeste – foram os vendavais. Em seguida, nesta ordem, aparecem as inundações bruscas (as populares enxurradas), as chuvas de granizo e as estiagens – como a de 2005, em que os prejuízos à agricultura paranaense ultrapassaram R$ 1 bilhão.

O levantamento não contabilizou os estragos físicos e prejuízos financeiros causados pelos eventos, mas registrou o total de pessoas afetadas nos últimos 20 anos: pelo menos 3,6 milhões de paranaenses foram atingidos de alguma maneira, em 355 dos 399 municípios. Esses números colocaram o Paraná em sexto lugar no ranking dos estados que mais registraram desastres naturais no período.

A Região Sul foi responsável por 34% dos 31,9 mil eventos extremos registrados no país. A chuva, seja em pouca ou grande quantidade, foi o catalisador dos desastres na região: 62% das ocorrências foram de estiagens e enxurradas.

Umuarama está entre os dez municípios paranaenses que mais sofreram com desastres naturais no Paraná nos últimos 20 anos. Segundo levantamento do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (Ceped/UFSC), em parceria com a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), 18 eventos climáticos de grandes proporções foram registrados na localidade no período, dos quais 11 foram vendavais intensos, normalmente acompanhados de raios e trovões.

No ranking, Umuarama aparece em oitavo lugar. Antes deles, a lista traz, em ordem decrescente, Cascavel, Francisco Beltrão, Guarapuava, Pato Branco, Santo Antônio do Sudoeste, Marmeleiro e Salto da Lontra. O nono e o décimo lugares são, respectivamente, de Barracão e Dois Vizinhos.

De acordo com a meteorologista do Instituto Tecnológico do SimeparScheila Paz, Umuarama está localizada em uma área de transição de condições atmosféricas, o que aumenta a incidência de fenômenos climáticos intensos. Além disso, está entre as áreas de maior concentração de descargas atmosféricas, como raios e trovões, do Paraná. "A região tem predomínio de temperaturas elevadas que entram em choque com as massas de ar frio provenientes da região Sul e Sudoeste do estado", explica. "Essa é a combinação ideal para tempestades acompanhadas de fortes vendavais."

Além dos vendavais, a cidade registrou nos últimos 20 anos três inundações causadas pela chuva intensa ou transbordamento de rios e afluentes, duas tempestades de granizo, uma longa estiagem e um outro evento climático não detalhado pelo levantamento do Ceped/UFSC e Sedec.

Número de desastres pode ser ainda maior

Integrante do Ceped/UFSC, Jairo Ernesto Krüger destaca que o levantamento é apenas um primeiro passo para outras pesquisas. "Não estamos 100% certos. Agora, o objetivo é que outras universidades e órgãos evoluam nessas questões [contagem de desastres naturais]", diz.

De acordo com dados da Defesa Civil do Paraná, somente nos últimos 12 meses, por exemplo, foram registradas duas enxurradas ou inundações bruscas e um alagamento em Umuarama.

Segundo o major Jorge Inácio da Silva, da Defesa Civil de Maringá, responsável pela região de Umuarama, o número de ocorrências do último ano é, proporcionalmente, maior do que o registrado nas duas últimas décadas. "Isso acontece porque no relatório da Defesa Civil aparecem todas as ocorrências: de pequenas e de grandes proporções."

Silva explica que, de acordo com os critérios do Corpo de Bombeiros, os desastres naturais são caracterizados de acordo com a proporção e número de atingidos pelo acidente. "Quando o caso extrapola a capacidade de atendimento de uma unidade de Defesa Civil, consideramos uma situação de catástrofe", esclarece.

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