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Crise

Servidores serão realocados para outras áreas de atendimento

A instalação da UPA nas dependências do Hospital de Clínicas foi anunciada em outubro do ano passado, quando 94 leitos do HC foram fechados devido à falta de funcionários. O déficit de servidores no hospital é de 1,5 mil. Na época, uma alternativa apontada pela UFPR para compensar a falta de pessoal era exatamente transformar, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o setor de urgência e emergência do Hospital de Clínicas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas. Com isso, os servidores do HC que trabalhavam no setor de urgência poderão, aos poucos, ser recolocados em outras áreas.

Leitos

O funcionamento da UPA coincide justamente em uma das piores crises do HC: de um total de 550 leitos, 139 estão desativados; das 14 salas de cirurgias apenas nove funcionam. Para tentar reverter esse quadro, a universidade tenta aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o que deve ser aprovado pelo Conselho Universitário. Caso o contrato de cogestão com a empresa estatal não fora aprovado, o número de leitos do hospital passará para apenas 163.

Por duas vezes a votação no Conselho teve de ser adiada – a primeira em decorrência de protestos contrários e a segunda por determinação judicial. A próxima tentativa de reunião do Conselho para deliberar sobre o tema será em agosto.

Mesmo sem inauguração oficial e com apenas um mês de funcionamento, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Matriz 24 horas já atendeu cerca de 2 mil pessoas. Localizada dentro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a unidade recebe em um primeiro momento pacientes encaminhados pelo Samu e Siate. O atendimento será feito dessa forma até o fim de julho, quando a unidade começará a funcionar aberta ao público em geral – como já ocorre nas outras oito UPAs de Curitiba.

A UPA funciona no primeiro subsolo e primeiro andar do HC. A Secretaria da Saúde firmou convênio com a universidade para cessão do espaço físico. Segundo a coordenadora médica da unidade Nicole Garcia, a implantação da UPA fez com que o setor de emergência e urgência do HC "deixasse de existir", já que o serviço passou a ser prestado pela própria UPA. "A triagem dos pacientes é realizada pela UPA e o HC realiza o atendimento de forma referenciada", explica. Ou seja, o Hospital de Clínicas atua como entidade de referência para internamentos adultos e infantis para os pacientes atendidos na UPA que precisem de cuidados hospitalares. O objetivo do HC é, gradativamente, alocar os funcionários que atuavam no pronto atendimento para outros setores, já que o hospital sofre com déficit de 1,5 mil servidores. "Ainda estamos em fase de adaptação, mas posteriormente a UPA ficará somente com funcionários da prefeitura", afirma o diretor do HC, Flávio Tomasich. A expectativa é de que entre 70 e 100 funcionários sejam rearranjados dentro de outras alas do HC.

Ele explica que, dessa forma, o HC já serve de referência para internamento para três UPAs (Matriz, Boa Vista e Fazendinha). "O paciente é atendido primeiro pela UPA e, se for necessário cuidados maiores, segue para o HC. Se o caso for urgente, passa direto pela UPA para ser atendimento o mais rápido possível", afirma.

Estrutura

Ao todo, a UPA conta com 63 médicos, 28 enfermeiros e 62 técnicos de enfermagem. A expectativa é de que, após ser inaugurada, tenha capacidade para atender 15 mil pacientes por mês. "Teremos salas de emergência, além de 20 leitos, divididos em sete femininos, sete masculinos, um para alto risco, um para isolamento e quatro de curta permanência", afirma Nicole.

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