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Imunizante foi desenvolvido por pesquisadores da USP | Divulgação/Fapesp
Imunizante foi desenvolvido por pesquisadores da USP| Foto: Divulgação/Fapesp

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) começarão a testar no mês que vem em macacos uma vacina de DNA contra o HIV, o vírus da aids. As cobaias, que não são capazes de contrair o vírus, servirão para avaliar a segurança do produto e sua capacidade de ativar o sistema imune.

A vacina, que vem sendo desenvolvida desde 2001, foi inspirada na bioquímica do organismo de pacientes que são mais resistentes ao vírus. Se o experimento em macacos tiver sucesso, a ideia é fazer testes de segurança em humanos, diz Edecio Cunha Neto, líder do grupo de pesquisa que criou a vacina.

A ideia é aplicar a vacina em pessoas sem vírus em combinação com outra imunização que ainda venha a ser criada, porque ela não deve ser capaz de conferir proteção total sozinha.

"Ela em si não seria uma cura, seria uma forma de atenuar a doença. Em combinação com outra vacina, poderia contribuir para uma proteção completa contra o HIV."

A próxima etapa da pesquisa será aplicar a vacina em um grupo de 24 macacos, cobaias do Butantan, e examiná-los. "Queremos verificar se eles geram as células que reconhecem as partículas do vírus", diz Cunha Neto.

Se o experimento com macacos der certo, será possível começar testes em humanos daqui a três anos. Esse salto, porém, precisaria do apoio da iniciativa privada, que ainda não manifestou interesse na pesquisa. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) diz ter investido cerca de R$ 1 milhão no projeto até agora, mas um ensaio clínico custa algo na ordem de centenas de milhões.

Para Esper Kallás, professor de imunologia clínica da USP não envolvido na pesquisa, existe espaço para o trabalho brasileiro se destacar. "Vários estudos e já estão na fase de testes em humanos. No Brasil, ainda estamos atrás porque o volume de investimento é muito baixo."

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