Uma tradição que começou como brincadeira de família em Paranaguá, entrou para o calendário da folia na cidade. Há seis décadas, o carnavalesco Antônio Dias Moura, fundador da Escola de Samba Junqueira, encerrou uma das festas pré-carnaval com o mergulho no mar, ainda com a fantasia. A partir de então, a brincadeira foi batizada - Banho de Mar à Fantasia - e se repete todo ano.
Neste domingo (7) , Paranaguá teve a 61ª edição do Banho de Mar à Fantasia, com saída na Praça do Guincho em cortejo até a Praça 29 de Julho. O pré-carnaval reuniu 12 mil pessoas, conforme estimativa dos organizadores do evento.
O forte calor na cidade até intimidou alguns foliões a expectativa inicial era de pelo menos 15 mil pessoas. Os festejos começaram ao meio-dia, sob uma temperatura de 37°C - e sensação térmica de 48°C. Á frente da passeata, três trios elétricos e a bateria da Escola de Samba Junqueira puxavam sambas e marchinhas. Muitos incorporaram o cortejo no correr da tarde.
Os moradores de casas ajudaram a refrescar os foliões com jatos dágua. Estes agradeceram e pouco se importaram em ter as fantasias molhadas antes do mergulho no mar.
Mesmo sem a companhia de seu idealizador (Moura morreu em 2006), sua família continua a promover o mergulho e a população comparece a caráter: todo mundo cria fantasias especiais e blocos com abadás as camisetas que identificam os grupos, criadas no carnaval baiano. As crianças ganham acessórios de bichinhos. As mulheres também se fantasiam, mas não roubam a cena dos homens.
Entre um folião vestido de Adriano - o Imperador, atacante do Flamengo -, outros com trajes de palhaços e de chineses, predominam os homens vestidos de mulher. Haja peruca, bijuteria, salto alto e maquiagem. Havia desde os mais ousados, só de lingerie, até os mais criativos, como o grupo de rapazes vestidos de bailarinas.
Quem soube chamar a atenção foram os quatro senhores de Curitiba vestidos de Miss. Eles não revelam os nomes verdadeiros, dizem que participam do pré-carnaval de Paranaguá há 11 anos e, entre acenos delicados aos foliões e poses para fotos, contam que o difícil foi evitar que a maquiagem deretesse. "Com esse calor, está impossível", disse um deles, empresário que se auto-denomina "Marisa Shopping Center".
Outro grupo de amigos, vindos de Morretes, repetiu o modelo usado no Carnaval de Antonina no ano passado. "Paranaguá está preocupada em resgatar a tradição de sua festa e nós viemos colaborar", diz o contador Ernesto Silveira, que, com o amigo e empresário Rubem Spíndola, empresário, formam a dupla sertaneja Claudete e Suzete, irmãs gêmeas que há dez anos circulam pelas festas carnavalescas do litoral paranaense.
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