Fique atento
- Esteja sempre em área protegida por guarda-vidas
- Pergunte ao guarda-vidas se há grande incidência desses animais marinhos no local e, se houver, evite entrar no mar
- Se você for queimado, saia imediatamente da água;
- Lave o local com água do mar sem esfregar as mãos na área afetada (nunca lave com água doce ou outra substância, como álcool e urina. Também não se deve usar pasta de dente e óleo)
- Procure um posto de guarda-vidas para colocar vinagre na área atingida. Isto neutraliza a ação da toxina
- Casos mais graves (com grande área corporal atingida e pessoas alérgicas) devem ser encaminhados ao hospital
- Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia da praia
- Se já há um histórico de alergia, evite entrar no mar se há ocorrências de água-viva
- Nunca esfregue e nem coce o lugar queimado. A bolha poderá estourar e espalhar a substância tóxica por outros pontos
- Se sentir dor de cabeça e enjoo procure o médico, pois é sinal de intoxicação
- A queimadura não deve ser exposta ao sol
Fonte: Secretaria de Saúde e Corpo de Bombeiros
A temporada 2011/2012 já tem um recorde de casso de queimaduras por águas-vivas. Desde o início da Operação Verão, no dia 12 de dezembro, até a manhã deste sábado (21), o Corpo de Bombeiros já registrou 3.532 casos de queimaduras. O recorde de ocorrências em um único dia foi registrado na quinta-feira (19), quando 1.223 casos foram atendidos pelos guarda-vidas. O número de acidentes continua crescendo: entre sexta-feira (20) e a manhã deste sábado (21) já foram registrados 1.462 ocorrências.
O número de casos de queimaduras por águas-vivas vem crescendo a cada temporada. Em 2007-2008 foram registrados 309 casos. Em 2008-2009, os registros caíram para 300 banhistas queimados, e entre 2009 e 2010, foram 241 casos. Na temporada 2010-2011 foram registrados 541 casos.
Ocorrências
Somente a cidade de Matinhos concentra mais da metade de todas as ocorrências registradas na temporada até agora: são 1.881 situações, equivalente a 53,2%. Em Guaratuba, foram 1.173 registros, 33,2% do total. Apesar de os casos continuarem ocorrendo com frequência, o Corpo de Bombeiros ainda não interditou temporariamente nenhum trecho de praia, com o hasteamento da dupla bandeira vermelha.
Na sexta-feira (20), Matinhos registrou 566 ocorrências. Apenas no trecho do posto Pipeline, foram 80 casos. Outro ponto onde a movimentação de veranistas é alto, próximo ao Sesc, teve 34 ocorrências. Em Guaratuba, o total de registros foi de 217, com mais casos nos postos de Canoas (50) e na praia do Cristo (45).
Possíveis causas
A professora Maria Angélica Haddad, pesquisadora do grupo de estudos de animais peçonhentos do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que é impossível afirmar com certeza qual a razão para tantas ocorrências, porque, para isso, são necessários muitos anos de pesquisa. "Algumas hipóteses plausíveis são mudanças nos ventos e correntes marítimas e as mudanças climáticas no geral", diz. Ela ainda explica que não existem estudos que comprovem que houve um aumento na reprodução desses animais.
Para a pesquisadora, o formato do litoral do estado, aliado aos ventos e às correntes, pode ser um dos fatores de retenção de tantos animais, já que eles não têm ampla mobilidade. Além disso, ela afirma que não se pode ignorar o fato de que a população litorânea aumenta muito nas épocas de verão. "Quero formular um projeto de estudo para tentar entender esse fenômeno, contemplando os âmbitos biológico, físico e populacional", revela.
Serviço
Em caso de acidentes, é possível acionar o Centro de Controle de Envenenamentos pelo telefone 0800 410148
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