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Quem chega até a loja de Tony Tonel (perto do trapiche de Brasília) para alugar bicicletas sai de lá com o destino garantido: a Baía dos Golfinhos, passeio super recomendado pelo comerciante. O local ganhou este nome por ser ponto de alimentação, reprodução e berçário dos mamíferos. Ao fim da pedalada de cerca de uma hora é possível perceber a movimentação de nadadeiras que aparecem e desaparecem na água. Não raro, os golfinhos nadam bem próximos à borda do mar, na parte mais rasa.

Segundo a pesquisadora Camila Domit, coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), naquela parte da Ilha ocorre o encontro do mar com o Complexo Estuarino Lagamar. "O mar tem mais profundidade e o fundo é rochoso e irregular, o que facilita a captura dos peixes que fazem parte da alimentação dos golfinhos", explica Camila.

Boto cinza

A espécie de golfinho que aparece com mais frequência naquela região é o boto cinza, cujo nome científico é Sotália guianensis. Um adulto pode medir entre 1,80 e 2 metros de comprimento. Devido à ausência de uma camada mais espessa de gordura na pele e ao fato de os filhotes serem muito ativos, o que faz com que o sangue circule mais rápido, eles têm uma cor mais rosada.

A Toninha, uma espécie de golfinho menor (mede 1,40 m na fase adulta) que está ameaçada de extinção na América do Sul, também frequenta aquelas águas, mas não é vista com tanta facilidade. "Golfinhos comem peixes que também apreciamos muito, por isso funcionam como sentinelas da qualidade do ambiente onde vivem", diz Camila.

Os golfinhos são encontrados na região durante todo o ano, o que favorece a observação. Mas, para quem busca um contato além do visual, Camila diz que, sem fazer muito barulho, é possível entrar no mar, encostar o ouvido na água e escutar os sons emitidos pelos animais, que se assemelham a assovios. "Importante é fazer isso naturalmente, sem forçar a aproximação", ressalta.

Para a pesquisadora do Centro de Estudos do Mar (CEM), as magrelas são perfeitas para fazer passeios até a Baía dos Golfinhos, pois não fazem barulho. Já os barcos podem assustar e alterar o comportamento dos mamíferos, dificultando e até impedindo a visualização.

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