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Durante o trajeto, cercado de hortênsias e Mata Atlântica, o turista pode tomar banho de rio e usar uma das churrasqueiras que estão distribuídas pela estrada | Fotos: Walter Alves / Gazeta do Povo
Durante o trajeto, cercado de hortênsias e Mata Atlântica, o turista pode tomar banho de rio e usar uma das churrasqueiras que estão distribuídas pela estrada| Foto: Fotos: Walter Alves / Gazeta do Povo

Acesso

Turista tem duas rotas até a rodovia

Apesar de ser mais conhecido, o caminho que leva à Estrada da Graciosa pela BR-116 é um acesso mais recente. O caminho original começa no Trevo do Atuba, em Curitiba. Nesse trajeto, a estrada passa pelas cidades de Pinhais e Colombo, para então chegar a Quatro Barras. Os 20 km da rodovia que cortam este município foram revitalizados e os pontos turísticos recuperados em 2011. Um dos atrativos é o Marco de Dom Pedro II. No local, a comitiva do imperador teria repousado enquanto seguia viagem pela estrada em direção a Curitiba.

Buraco

Por causa de um buraco de 15 metros de profundidade que se abriu na pista na semana passada, a Estrada da Graciosa está interditada no trecho entre o distrito de São João da Graciosa e Antonina. As obras no local ainda não começaram e quem pretende viajar para Antonina pela Graciosa precisa desviar o percurso por Morretes, usando a PR-411, a partir do trecho de São João da Graciosa. O desvio aumenta a viagem em cerca de nove quilômetros.

  • Portal da Estrada da Graciosa é um dos indícios do passado do Paraná

Curtir a descida da Serra do Mar paranaense nem sempre é possível nas rodovias movimentadas, como as BRs 376 e 277. Não é o caso da Estrada da Graciosa. Quem passa pelo caminho centenário consegue aproveitar mais a viagem até o Litoral do estado, especialmente no fim de semana. Durante o trajeto, cercado de hortênsias e Mata Atlântica, o turista pode conhecer melhor um dos primeiros caminhos abertos para ligar a capital às praias, tirar algumas horas para um banho de rio e fazer uma bela carne assada.

A Estrada da Graciosa, hoje também conhecida como PR-410, liga o município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, à cidade de Antonina, no Litoral. O trajeto começou a ser explorado para fins coloniais no início do século 18, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A estrada, contudo, foi finalizada apenas em 1873. Até a década de 1970 (quando foi inaugurada a BR-277), era a única via entre os portos paranaenses e a capital do estado.

Após a abertura da rodovia federal, a estrada foi fechada para caminhões e tornou-se atrativo turístico para quem busca ficar mais perto da Mata Atlântica e conhecer um pouco da História do Paraná. Os indícios do passado no início da rodovia, em Quatro Barras, chamaram a atenção do gerente de vendas de São Paulo Flávio Sensato, 29 anos. "Sempre tive interesse em conhecer o local por causa do portal e porque ouvi falar muito bem do caminho", afirma ele, que logo quando começou o trajeto tirou várias fotos no portal da estrada.

Como não conhece o percurso, ele chamou um amigo, o policial militar Helder Ferraz, 39, de Curitiba, para mostrar os recantos e as histórias escondidas nas curvas da rodovia. Flávio diz ser um tipo de turista que não pensa apenas no destino final. Ele quer aproveitar toda a viagem, mesmo que o preço seja um pouco alto. "Fazendo esse caminho (pela Graciosa) gastamos mais por causa das paradas e do que compramos. O mais legal, contudo, é ver a paisagem e conhecer a História, e não chegar à praia", comenta.

Almoço na Serra

A Estrada da Graciosa, mesmo sem restaurantes, é um bom local para um almoço entre amigos ou com a família. O trajeto apresenta seis recantos, com diversas churrasqueiras e quiosques para o visitante não ficar de barriga vazia durante a descida da Serra do Mar. No fim de semana, entretanto, o segredo é chegar cedo, para reservar com antecedência a churrasqueira.

O eletricista Valdir de Oli­veira, 32 anos, que mora em Pi­­nhais, na Região Metro­politana de Curitiba, levou a esposa, Andressa Pereira, 20, e o filho Iago para conhecer, pela primeira vez, o caminho histórico. A família chegou pela manhã no Recanto Rio Cascata para preparar a carne assada. Na opinião de Oliveira, não há nada melhor do que estar no meio da Mata Atlântica. "Eu sou de Laranjeiras do Sul, gosto de mato. O ar daqui é mais puro e o lugar, saudável", comenta.

Ele e a esposa, apesar de gostarem de praia, preferem passar o dia perto dos rios da Serra do Mar a tomar banho de sol. "Você, na verdade, vai para a praia e só fica ‘torrando’ a pele. Aqui tem muito mais o que fazer e conhecer", disse Oliveira, afirmando que aproveita desde cedo o passeio, sem ter hora para voltar. "Só mesmo se chover", completa.

Percurso de bicicleta dura cinco horas

O carro não é a única opção para quem quer curtir a Serra do Mar pela Estrada da Graciosa. Uma alternativa que aumenta o contato com a natureza é pedalar. O percurso com bicicleta é mais demorado, com 5 horas entre a capital e o Litoral, mas o tempo também pode ser gasto para conhecer melhor o caminho pelos morros.

O cicloturista Luiz Alexandre Domingues Santos faz o trajeto saindo de Curitiba, pelo traçado original da estrada, pelo menos duas vezes por mês. O passeio é feito junto com a esposa, Vera Lúcia da Silva. Eles saem por volta das 7 horas para aproveitar bem o dia na Graciosa. "Bem cedo a gente foge do calor e do movimento de carros e pode também tomar banho de rio em Mor­retes", comenta Santos. Ele e a esposa pedalam juntos há cinco anos e percebem que o número de ciclistas da Serra do Mar está aumentando aos poucos.

Segundo o instrutor de cicloturismo Gestennberger Souza Reis, a Estrada da Graciosa é um trajeto clássico para esse tipo de prática turística e esportiva no Paraná. Reis aconselha, entretanto, que os praticantes tomem alguns cuidados, como levar protetor solar, capacete e luva, além de revisar os freios da bicicleta. "É importante utilizar o caminho antigo, por dentro de Quatro Barras, que tem ciclovias, e nunca fazer o trajeto sozinho", acrescenta.

No retorno para Curitiba, que geralmente é feito a partir de Morretes, Gestennberger recomenda que os cicloturistas escolham a viagem de trem. "Há um vagão reservado onde os ciclistas podem deixar a bicicleta. O ônibus aceita, no máximo, duas bicicletas". O instrutor também alerta para que a compra da passagem de trem seja feita com antecedência.

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