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Carolina Cavalari se jogou na água há sete anos e hoje não perde uma boa onda por nada: “A sensação é indescritível” | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Carolina Cavalari se jogou na água há sete anos e hoje não perde uma boa onda por nada: “A sensação é indescritível”| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Primeira onda

Os surfistas Jorge Batista, Gil Cordeiro e Jorge Porvilho dão dicas para quem quer começar a pegar onda. Confira:

- Procure uma escola de surfe que seja homologada pela Federação Paranaense de Surf ou professores habilitados.

- O ideal é fazer uma média de dez aulas, mas na primeira já é possível surfar.

- A maioria das escolas já fornece a prancha e outros acessórios. Cada aula custa entre R$ 30 e R$ 70.

- Se for comprar prancha, procure modelos como evolution, funboard ou longboard. Eles são largos e dão mais estabilidade.

- O Pico de Matinhos é um bom lugar para começar. As ondas quebram só para um lado e não são tão fortes. (AA)

Incentivo

Endividadas, prefeituras não apoiam o surfe amador no Paraná

Este foi o segundo verão seguido sem programação oficial de surfe no Litoral paranaense. Em outras temporadas, o governo do estado patrocinou competições e eventos ligados ao esporte, mas neste a ajuda foi negada, segundo o diretor executivo da Federação Paranaense de Surf, Jorge Batista. "Propusemos essa ajuda para o governo e a resposta foi que cada prefeitura tem que fazer por conta própria. Mas todas elas estão endividadas com a transição de gestões. E a Federação não tem R$ 25 mil, que é o que se gasta em uma etapa de surfe amador", afirma. Para este ano, a partir de março, a previsão é que ocorrão 20 eventos ligados ao surfe, divididos entre Pontal do Paraná, Matinhos, Guaratuba e Paranaguá. Esses eventos são bancados por patrocinadores. O calendário oficial ainda não foi fechado. (AA)

  • Matheus Camargo, surfista, virou shaper há 18 anos e diz que construir pranchas é uma arte

Ondas vêm e vão desde que o mundo é mundo. Mesmo assim, há quem leve isso muito a sério. Grupos de surfistas estão em todo o Litoral paranaense discutindo sobre o vento, a maré e outras minúcias que podem significar boas ondas ou fajutas marolinhas. Há quem tenha se salvado por causa do esporte. E também os que mudaram de vida. Pensamento em comum entre eles é a afirmação de que o surfe é mais que um esporte: é uma filosofia.

>> Vídeo: Assista à demonstração das etapas de construção de uma prancha

Para surfar, não precisa se encaixar no estereótipo "jovem e bronzeado." "Gente de qualquer tipo e de qualquer idade pode pegar onda", garante o diretor executivo da Federação Paranaense de Surf, Jorge Batista. Há mais de 20 mil surfistas em todo o Paraná, incluindo aqueles de ocasião.

Para o professor de surfe Jorge Porvilho, atualmente as pessoas optam pelo esporte em busca de um estilo de vida mais saudável, e não por causa da competição. "O surfe traz vários benefícios. Depois que você começa a praticar, fica mais relaxado, começa a se alimentar melhor e tem mais contato com a natureza", aponta.

O surfe cura

O curitibano aposentado Emerson Adriano da Silva, o Preá, luta há dez anos contra um câncer no sistema linfático. Já passou por sessões de rádio e quimioterapia, fez um autotransplante de medula óssea, chegou a ser considerado curado, mas a doença voltou. Preá foi aconselhado a procurar uma atividade física e decidiu se mudar de Curitiba para Matinhos para surfar. Hoje, ele diz que isso salvou a sua vida. "Só de estar perto do mar já me sinto melhor", diz ele, que pega onda praticamente todos os dias no Pico de Matinhos. Só não vai em dia de tratamento, que faz periodicamente na capital. Ele está esperando o quadro de saúde se estabilizar para tentar um transplante de medula.

Mamãe na prancha

Cansada de esperar na areia enquanto marido e filhos surfavam, um dia Carolina Cavalari decidiu acompanhá-los. Foi há sete anos. Agora, Carol divide ondas com o filho, Lucas, que aos 15 anos é uma promessa do surfe paranaense, e até disputa campeonatos amadores. "No começo, meu marido me empurrava nas ondas, até que uma hora deu certo. A sensação de ficar em pé na prancha é indescritível", diz. "Antes, eu tinha medo de as pessoas comentarem ‘olha a gordinha dropando’, mas agora nem ligo mais."

Carolina e a família têm uma casa em Matinhos e vão para o litoral todo fim de semana para surfar – inclusive no inverno. Em Curitiba, frequentam uma escola de surfe todo santo dia. Nesta temporada, ela recebeu o convite de uma amiga para tocar uma casa de sucos bem na frente do Pico de Matinhos, point do surfe. E topou na hora. "Dá para acordar cedo, pegar onda, trabalhar e voltar pro mar no fim do dia. É uma sorte imensa."

Shapers fazem prancha ao gosto do freguês

Shaper é o nome dado a quem fabrica pranchas de surfe manualmente – ou melhor, "dá forma" a ela, como significa o termo literalmente em inglês. No Paraná, a maioria das pranchas ainda é feita assim, de maneira individualizada. Matheus Camargo, de 37 anos, trabalha há 18 como shaper em Pontal do Paraná.

"Eu era surfista. Um dia visitei uma fábrica de pranchas perto da minha casa e me ensinaram como se faz. Depois fiz curso, comecei a produzir e não parei mais", conta. Ele fabrica cerca de cem pranchas por mês, sempre de acordo com o gosto do freguês.

Uma boa prancha, segundo ele, depende da relação entre altura e peso do surfista. "Tudo depende do que a pessoa está esperando: se quer se divertir, competir, ter mais segurança, rapidez", explica.

Camargo apoia atletas profissionais e outros amadores. Construir pranchas, segundo ele, é uma arte que tende a crescer. "Cada ano tem mais demanda. Antes ninguém falava de surfe, não tinha escola, nada. Agora ficou popular".

LITORAL | 2:04

Matheus Camargo, shaper de Pontal do Paraná, faz pranchas de surfe artesanais. Veja no vídeo as etapas da confecção de uma prancha e um depoimento da surfista Carolina Cavalari, que começou a surfar para acompanhar marido e filhos surfistas.

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