Depois da Linha Verde e do anúncio da chegada do futuro metrô, a zona sul de Curitiba começou a receber ontem as obras de um eixo viário que vai tirar cerca de 200 mil de seus moradores do quase isolamento. A região dos bairros Tatuquara, Campo do Santana e Caximba teve ocupação tardia e, hoje, é a que mais cresce na capital. Por consequência, tem a menor infraestrutura. Daí o "pacote" de obras agora puxado pelo Eixo Viário de Integração, que permitirá aos moradores desses bairros o acesso mais fácil e rápido ao Centro de Curitiba. Ele ligará o Tatuquara à Avenida João Bettega, um dos principais corredores para a região central.
A obra de pavimentação foi iniciada ontem, com investimento de R$ 9,1 milhões em abertura de ruas, calçadas, saneamento, sinalização, iluminação pública e paisagismo. Os recursos são do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata, na sigla em espanhol). Do total, R$ 2,6 milhões são contrapartida da prefeitura. Além da pavimentação, a obra engloba a construção de 518 casas populares pela Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab-CT) nos bairros CIC e Tatuquara.
A Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) estuda implantar uma nova linha de ônibus, o que permitirá aos moradores desses bairros chegar ao Centro sem precisar passar pelo tráfego pesado das BRs 116 e 476. A nova via terá tráfego urbano, mais rápido e com menos riscos. Segundo a prefeitura, serão beneficiadas 50 mil famílias, 22 mil só nos conjuntos da Cohab. Os novos investimentos são um preparativo para a esperada explosão demográfica, diante das limitações de crescimento nas demais regiões da cidade. "Acaba-se criando quase uma cidade nova", diz o supervisor de Planejamento do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ricardo Bindo.
A primeira etapa do eixo de integração terá 3,8 quilômetros, ligando as ruas Vicente Michelotto, no CIC, e Antônio Zanon, no Tatuquara. Na segunda fase, a ser licitada até o fim do ano, dois quilômetros vão ligar a Vicente Michelotto à Avenida João Bettega, com trincheiras sob as BRs 116 e 476. Apesar das dimensões da obra, serão necessárias apenas nove desapropriações (seis casas na primeira fase e três na segunda) porque em vários trechos a prefeitura apenas alargará as ruas já existentes e, num trecho de dois quilômetros, aproveitará o terreno da rede de alta tensão, mediante concordância da Copel.
As obras na primeira fase começam na Rua Jovenilson Américo de Oliveira, entre as ruas Ernesto Hanemann e Santa Rita de Cássia dos Impossíveis, onde serão recuperados 600 metros de rua, com pistas de 7 metros de largura. Neste ponto, o novo eixo viário atenderá 11.479 famílias dos assentamentos Moradias Santa Rita, Moradias Monteiro Lobato, Moradias Evangélicos e Moradias Rio Bonito.
O trajeto continua pela Rua 13, que terá 11 metros de largura, até se encontrar com a rua Paul Garfunkel, no Tatuquara, que será revitalizada num trecho de 1.200 metros. A recuperação de pista atenderá 2.634 famílias da Vila Verde. Da Paul Garfunkel, será feita uma recuperação até a Rodovia do Xisto, que atenderá os assentamentos Moradias Vitória Régia, Moradias Santa Tereza, Moradias da Ordem, Moradias Paraná e Moradias Santa Cecília, que somam 5.792 famílias.
O eixo passa pela rua Vicente Michelotto e segue por uma nova rua que será implantada na faixa de domínio da linha de transmissão de energia da Copel, com pistas de 7 metros. Serão 900 metros de nova via, passando próximo do assentamento Moradias Tamarindo, com 400 famílias.
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