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São Paulo - Embora grandes cidades e regiões metropolitanas tenham apresentado uma queda nos índices de homicídios – 19,8% e 25%, respectivamente, conforme estudo –, no interior dos estados a situação é diferente. No período houve um aumento de 37,1% dos indicadores.

"Vivemos a interiorização da violência", constata Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari. Para o pesquisador, a mudança é reflexo da formação de novos polos econômicos e do aumento do contrabando nos municípios de fronteira. Também exercem pressão significativa as estatísticas de municípios localizados em áreas do Arco do Desmatamento, com atividades ilegais e grilagem de terras, e em áreas de turismo predatório, onde há aumento de consumo de bebidas e drogas. "A violência vai para onde vai o dinheiro e para onde há menos repressão", observa.

Mesmo empurrando, num primeiro momento, as estatísticas para baixo, a interiorização da violência traz um problema a médio prazo. A forma de prevenção e combate ao problema deve obedecer características de cada região. "A pulverização dos polos demanda respostas rápidas, mas diferenciadas", avaliou Jacobo.

Ele destaca que no país não há um padrão único de comportamento da violência. Em alguns locais, como Pernambuco, Espírito Santo , Rondônia e Acre, houve uma estabilização das estatísticas e em outros, como Maranhão, Alagoas e Minas Gerais, foi registrado um aumento de 150% ou mais no indicadores.

"Temos vários movimentos simultâneos. A violência cai nos grandes centros, cresce em áreas mais remotas. Há uma queda de números gerais, mas uma explosão entre determinadas populações", constata.

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