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Só mesmo um visionário seria capaz de trocar um banco por um jornal. Essa decisão diz muito sobre o perfil empreendedor de Edmundo Lemanski, que em 1968 vendeu o Banco Comercial do Paraná para se dedicar à Gazeta do Povo, comprada seis anos antes em sociedade com o jornalista Francisco Cunha Pereira Filho, morto em março de 2009. Diante das dificuldades de conciliar os dois negócios, vendeu o banco para ficar com o jornal. Nunca se arrependeu, nem teria motivo. Com a Gazeta do Povo, Lemanski e Cunha Pereira deram início àquele que seria o maior conglomerado de comunicação do estado, a Rede Paranaense de Co­­municação (RPC).

Ao escolher o jornal, Lemanski talvez tenha feito mais pelo Paraná do que se tivesse continuado banqueiro. Discreto, não lhe incomodava o fato de a imagem da Gazeta do Povo estar mais associada ao sócio do que a ele. Não lhe tocavam essas picuinhas. Na época da aquisição do jornal, o Paraná não passava de um produtor de matérias-primas sem infraestrutura para escoá-las. O jornal não só testemunhou a transformação econômica do estado como deu sua contribuição para a concepção de um projeto estratégico de desenvolvimento. O Paraná passou de rural a industrializado também graças às memoráveis campanhas da Gazeta do Povo.

Entre seus múltiplos negócios, Lemanski nutria paixão por cavalos de raça, e a transmitiu para o filho Mariano, que foi vice-presidente da As­­sociação Brasileira de Cria­dores de Cavalos Crioulos.

Nascido em Porto Alegre, Edmundo Lemanski se mudou para Curi­tiba em 1945, aos 19 anos. Pensou em cursar Me­­dicina, mas o medo de sangue o fez mudar para o Direito.

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