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Advogados de Nestor Cerveró reclamam de contradições nos  depoimentos dentro da Operação Lava Jato, | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Advogados de Nestor Cerveró reclamam de contradições nos depoimentos dentro da Operação Lava Jato,| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Os advogados de Fernando Soares e Nestor Cerveró reclamaram nesta quarta-feira (13), na saída da audiência na Justiça Federal de Curitiba, de contradições entre os depoimentos dos delatores Júlio Camargo e Alberto Youssef. Os quatro são réus na ação penal que aponta irregularidades na compra de dois navios sonda da Samsung pela Petrobras e foram interrogados no processo nesta quarta-feira (13).

“Hoje houve uma contradição entre Julio Camargo e Youssef”, disse Edson Ribeiro, advogado de Cerveró. Ele não especificou a contradição, mas garantiu que não diz respeito a seu cliente.

“Várias contradições, um desmentindo o outro”, disse o advogado de Soares, Nélio Machado. “Um exemplo específico é que o episódio narrado pelo senhor Júlio diz respeito muito mais de intermediação de negócio do que propriamente a uma corrupção, que não foi demonstrada de modo algum”, explica.

Silêncio

Dos quatro réus, apenas Youssef e Camargo não optaram pelo silêncio no interrogatório. Os dois firmaram acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e por isso, perderam o direito ao silêncio.

“A defesa se sente cerceada, já que alguns elementos de prova não foram disponibilizados à defesa. Sendo assim, se eu não posso produzir uma defesa técnica eficiente, conhecedor de toda a prova, não posso me permitir que meu cliente se manifeste”, disse Ribeiro em relação ao silêncio de Cerveró.

“[Fernando Soares] Ficou em silêncio porque a defesa está absolutamente cerceada”, disse Machado. “Existe uma má vontade jamais vista por parte do magistrado em relação a qualquer pleito da defesa”, completou.

Denúncia

De acordo com o MPF, a empresa coreana Samsung procurou o empresário Júlio Camargo para auxiliar no fechamento de dois contratos de aquisição de navios sonda pela Petrobras - um na África e outro no Golfo do México. O valor total dos contratos foi de cerca de US$ 1,2 milhão. A empresa coreana teria pago uma comissão de R$ 53 milhões a Camargo pelos contratos, que repassou parte do dinheiro a título de propina para empresas do lobista Fernando Soares e do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró no exterior.

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