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Embora enfrente dificuldades para montar palanques em alguns Estados, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) quer tirar proveito das insatisfações geradas na base aliada do governo federal com a reforma ministerial.

O tucano mostra disposição em abrir espaços em seu arco de alianças para acomodar o PMDB - principal aliado da presidente Dilma Rousseff - nos locais onde o partido ameaça se rebelar. A ideia é aproveitar a crise do partido com o governo nas negociações da reforma ministerial para atrair apoios regionais do PMDB para sua candidatura à Presidência.

"O PMDB está sendo vítima dessa obsessão do PT por espaço. Mas dissidências ocorrerão em todos os Estados, porque não é fácil acomodar um latifúndio como esse em uma só chapa", afirmou Aécio. "Os interesses regionais acabam sendo conflitantes e o PT ainda nos ajuda ao querer tudo. O PT quer o poder federal, o poder nos Estados, quer o Senado, a maioria na Câmara e pode acabar ficando sem nenhuma dessas coisas", disse.

O PSDB já articula com o principal aliado de Dilma em cinco Estados, entre eles o Piauí. Lá, o diretório estadual da sigla negocia uma candidatura com o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) como cabeça de chapa e o ex-prefeito tucano Sílvio Mendes na vice.

Outro lugar onde os partidos já começaram as tratativas é na Bahia. O racha entre PMDB e PT no Estado é avaliado como irreversível por integrantes das siglas. Por isso, o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB) abriu negociações com o PSDB e também com o DEM. O drama é semelhante no Ceará. O senador Eunício Oliveira (PMDB) queria ter apoio de Dilma para disputar o governo. O PT, no entanto, deve se aliar ao grupo de Ciro Gomes, hoje no PROS. A tendência é que a aproximação empurre o PMDB para a coalizão tucana.

Panos quentes

O presidente do PMDB em exercício, o senador Valdir Raupp (RO), que trabalha para tentar abrandar o clima de insatisfação entre seu partido e o PT, afirma que a prioridade agora "é acertar alianças entre petistas e peemedebistas nos Estados".

Segundo ele, o apoio mútuo está "praticamente fechado no Amazonas, em Tocantins, no Pará e no Distrito Federal". "Acertamos que se as coligações regionais contrariem a lógica federal, o assunto terá que ser aprovado pela executiva nacional", diz sobre os palanques em que as duas siglas estarão em campos opostos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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