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Afastado do Ministério dos Transportes há dois anos na "faxina ética" feita na pasta pela presidente Dilma Rousseff, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) fez nesta terça-feira (6) um desabafo no plenário do Senado para comemorar o fim das investigações do caso pela Procuradoria Geral da República. Ao comemorar parecer do procurador em que diz não ter provas contra o ex-ministro, Nascimento disse que "não é lixo" e a "justiça de Deus tarda, mas não falha".

O senador ocupou a tribuna do Senado por uma hora e meia, quando recebeu sucessivos apoios de colegas pelo parecer de Roberto Gurgel. No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, o procurador diz que as provas levantadas pelo Ministério Público não são suficientes para incriminar Nascimento no caso. Ele foi acusado de favorecer a empresa SC Transportes e Navegação. Um dos sócios da empresa, Marcilio Carvalho, é casado com Maria Auxiliadora Carvalho, ex-superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que é o principal órgão executor do Ministério dos Transportes.Na época das denúncias, Nascimento deixou o ministério, assim como toda a cúpula do PR na pasta.

"Agora posso olhar nos olhos dos senhores, dos meus colegas senadores sem me envergonhar disso, posso olhar nos olhos dos meus filhos, posso olhar para trás e ver que com mais de 30 anos de vida pública eu nunca pratiquei um ato do qual tenha que me envergonhar", afirmou.No longo discurso, Nascimento disse que está consciente do "dever cumprido" e suportou dois anos com sucessivas investigações sobre sua vida pessoal. "Passei ao longo desses dois anos encolhido, envergonhado."

Nascimento recebeu apoio de mais de 20 senadores, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Vossa Excelência soube tomar medidas necessárias e corajosamente soube esperar. A verdade é única. Ela pode até demorar algumas vezes, mas sempre vem. Em nome da Mesa Diretora do Senado quero cumprimentá-lo e externar o apoio de todos", disse Renan.

Presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN) afirmou que a decisão de Gurgel é importante porque o mesmo procurador condenou mensaleiros, mas inocentou o ex-ministro dos Transportes.

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