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Alberto Youssef | Lula Marques/Agência PT
Alberto Youssef| Foto: Lula Marques/Agência PT

Preso desde o dia 17 de março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Lava Jato, Alberto Youssef é um dos pivôs das denúncias envolvendo o cartel de empreiteiras, agentes públicos e diretores da Petrobras. Ele também é o preso que há mais tempo reside no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC): 861 dias. Como fechou acordo de delação premiada, já homologado pelo juiz federal Sergio Moro, o doleiro cumprirá apenas três anos em regime fechado e depois seguirá para prisão domiciliar. Youssef já foi condenado há mais de 100 anos de prisão, mas pode cumprir no máximo 30 (entre o regime fechado e prisão domiciliar).

Na semana passada a Polícia Federal (PF) indiciou Youssef e mais oito pessoas em outro inquérito da Lava Jato, que envolve a empresa Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda. De acordo com a investigação, a Jaraguá teria sido beneficiada em contratos com a Petrobras relativos à refinaria Abreu e Lima, em Suape, no litoral de Pernambuco. Segundo o inquérito, as fraudes chegaram a R$ 326 milhões nesse processo.

Há quanto tempo cada um está preso

Alberto Youssef – 861 dias

Rene Luiz Pereira – 861 dias

Léo Pinheiro – 620 dias

Renato Duque – 497 dias

André Vargas – 472 dias

Pedro Correa – 472 dias

Luiz Argôlo – 472 dias

João Vaccari Neto – 467 dias

Rogério Santos Araújo, Márcio Faria da Silva, César Ramos Rocha e Marcelo Bahia Odebrecht – 402 dias

Jorge Luiz Zelada – 389 dias

José Dirceu – 357 dias

João Santana e Mônica Moura - 155 dias

Gim Argello - 105 dias

O doleiro Rene Luiz Pereira também cumpre pena há 861 dias. Ele é ligado a Youssef e já foi condenado por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. No mês passado, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, que julga os processos em segunda instância da Lava Jato, negou um recurso da defesa de Rene. Ele cumpre pena de 14 anos de prisão em regime fechado.

Entre os ex-diretores da Petrobras, Renato Duque, que comandou a pasta de Serviços, é quem está há mais tempo preso. Ele foi detido em 16 de março do ano passado. Em setembro do mesmo ano e março de 2016, Duque foi condenado a penas que somam mais de 41 anos de prisão em regime fechado.

Na sexta-feira (22), o subprocurador-geral da República Francisco Sanseverino encaminhou um parecer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) defendendo a manutenção da prisão preventiva do ex-diretor, respeitando decisão do TRF-2, no Rio de Janeiro. Esse processo é desmembrado da Lava Jato e diz respeito à propina recebida por Duque em um contrato entre a empresa holandesa SBM Offshore e a Petrobras. Ele está preso há 497 dias e está disposto a fechar acordo de delação premiada.

Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, está na cadeia há 389 dias e já foi condenado há mais de 12 anos de reclusão pela Justiça Federal do Paraná.

Núcleo ligado ao PT

O núcleo ligado direta ou indiretamente ao PT também soma vários anos de reclusão. José Dirceu está preso há 357 dias, desde 3 de agosto de 2015. Ele já foi condenado há mais de 20 anos em um inquérito e responde a um novo processo perante o juiz Sergio Moro. Nesse segundo, o petista responde por um desdobramento da 30.ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Vício, que investiga o pagamento de propina de uma empresa de tubos para pessoas-chave da estatal.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto está na cadeia há 467 dias. No dia 22 de junho de 2015 Vaccari foi condenado pela Justiça a uma pena de 15 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele está preso no Complexo Médico Penal. No último mês, Vaccari também teve um pedido de prisão decretado pelos investigadores que atuam na Operação Custo Brasil - a que levou à cadeia o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo -, mas como já estava preso, segue cumprindo pena da Justiça Federal do Paraná.

Já o casal João Santana e Mônica Moura está preso há 155 dias. Em depoimento à Sergio Moro, eles admitiram caixa 2 na campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010 e podem fechar acordo de delação. André Vargas, ex-deputado pelo PT, está preso há 472 dias, junto dos ex-deputados Luiz Argôlo e Pedro Corrêa. No dia 22 de setembro de 2015, André Vargas foi condenado por Sérgio Moro a 14 anos e 4 meses de prisão por crime de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Empreiteiros

Marcelo Bahia Odebrecht, ex-presidente da maior empreiteira do país, a Odebrecht, está preso desde 19 de junho de 2015, há 402 dias, e negocia delação premiada com os procuradores da Justiça Federal. César Ramos Rocha, Márcio Faria da Silva e Rogério Santos Araújo, executivos da empreiteira, também negociam os termos da colaboração e cumprem prisão há mais de um ano.

Mas o “veterano” entre os empreiteiros presos é Léo Pinheiro, da OAS, suspeito de entregar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Preso em 14 de novembro de 2014, alvo da 7.ª fase, batizada de Operação Juízo Final, e condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, Pinheiro negocia com a força-tarefa da Lava Jato um acordo de delação premiada em busca de redução de pena. Ele está há 620 dias na cadeia.

Outros políticos

O ex-senador Gim Argello está preso desde 12 de abril desse ano, depois da Vitória de Pirro, que investiga a cobrança de propina para evitar o depoimento de empreiteiros na CPI Mista da Petrobras (CPMI) em 2014.

O único político com mandato vigente preso, Delcídio do Amaral (sem partido), fechou acordo de delação premiada e cumpre a pena em regime domiciliar.

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